terça-feira, 7 de maio de 2019

SUPINO: PEITO , OMBRO E TRICEPS?

Na aula de prescrição de exercício para membros superiores (www.aulas.paulogentil.com), mostro um estudo bombástico do nosso grupo no qual os braços de fisiculturistas que fazem apenas multiartriculares crescem igual ao dos que fazem isolados! No entanto, apesar das evidências acumuladas, sempre aparecem os argumentos baseados no sentimento... “faço supino e sinto mais peito que tríceps” ou “não sinto nada no tríceps durante o supino”.
O fato é que “sentir” não significa “ativar” e muito menos “estimular”. Para tentar esclarecer vou mostrar dados de ativação, apesar de sabermos suas limitações para inferências sobre hipertrofia. Por exemplo, Clemons & Aaron (1997) analisaram a atividade muscular durante o uma repetição máxima de supino em homens treinados e encontraram que a maior atividade estava no tríceps, o deltoide ficava em segundo e o peitoral apenas em terceiro!!
Podemos ir além e falar do deltoide médio! Um músculo no qual não se sente nada e tampouco se vê muito sentido nele ser usado no supino. Pois é, esse é um exemplo claro de como os sentimentos enganam, pois, no geral, os estudos mostram que a ativação do deltoide médio no supino é igual ou maior do que a do peitoral, conforme relatado por Schick et al (2010) ao analisar a ativação muscular durante o supino com peso livre com cargas altas em homens treinados e não treinados!
E é interessante notar é que quanto mais intensos foram os treinos, seja pela fadiga seja pela carga, maior é a ativação dos músculos que considerávamos acessórios (deltoide médio e tríceps no supino) em relação ao que chamávamos primários (peitoral no supino).
Obvio que o supino é um ótimo exercícios para o peitoral, mas esses dados nos alertam que sentimentos enganam e, principalmente, que é preciso mudar alguns conceitos ultrapassados! Se você faz supino, você não treina “peito”, você treina “peito, ombro e tríceps”! E isso tem diversas implicações importantes no controle de dose, performance, recuperação e até prevenção de lesões, conforme esclareço na aula em www.aulas.paulogentil.com.
(Paulo Gentl – www.paulogentil.com)
Clemons & Aaron (1997). Effect of grip width on the myoelectric activity of the prime movers in the bench press. J Strength Cond Res. 11(2):82-87, 1997
Shick et al. (2010). A Comparison of Muscle Activation Between a Smith Machine and Free Weight Bench Press. J Strength Cond Res 24(3): 779–784, 2010

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