sábado, 19 de dezembro de 2020

COLAGENO??

 ESTÉTICA Pt.5 - 1. COLÁGENO (COL) é uma proteína (PTN)

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2. PTN’s são feitas de aminoácidos (AA’s).
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3. Nós não absorvemos PTN. Nós digerimos PTN e absorvemos os AA’s delas.
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4. Os AA’s que fazem o COL estão em qualquer fonte boa de PTN.
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5. Aumentar a quantidade desses aminoácidos na circulação não aumenta a produção de COL. Porém, a falta deles impede a formação do COL e de diversas outras proteínas. Lembre que tudo no seu corpo precisa de proteína para ser formado. Logo, a quantidade, a qualidade e a distribuição de proteína na sua dieta tem impacto direto no resultado final.
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6. As enzimas que produzem COL precisam de vitaminas do complexo B, vitamina C e silício para funcionarem.
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7. Mesmo com tudo isso, para aumentar a produção de COL NA PELE é preciso de estímulo, como a exposição ADEQUADA ao sol e sono reparador.
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8. A maioria dos estudos "provando" a eficácia de suplementar COL contém erros graves. Normalmente não são feitas com pessoas com consumo adequado de proteínas (PTN), vitaminas (VIT) e minerais (MIN) e nem comparam com outro grupo suplementando outra PTN, (como o whey, por exemplo), nem VIT e MIN. Ou seja, o provável é que faltava proteína na dieta. Ou então o composto tinha diversas substâncias que agiam na pele, impossibilitando responsabilizar colágeno pelo resultado. E outros, o grupo placebo recebia aditivos alimentares (adoçantes, espessantes, etc) que podem fazer mal à pele (diretamente ou indiretamente) além de maltodextrina, que em situações fora do exercício, tem o mesmo efeito inflamatório de glicação que o açúcar. Além da maioria ter sido patrocinada pela indústria que fabrica. No próximo post, mais detalhes.
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9. Se você teve algum resultado com COL é porque provavelmente estava mal alimentado. Ou porque melhorou toda a dieta junto.
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10. Se você se importa tanto assim com sua pele, coma menos açúcar e coisas feitas de farinha. Picos de glicemia são responsáveis por danificar a sua matriz de colágeno. Mantenha-se hidratado e reduza de forma importante o álcool. Coma mais frutas, vegetais, carnes magras, castanhas e reduza ou elimine óleos de preparo.

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ESTÉTICA Pt. 6 - Na maioria dos estudos (mais de 90%) o COLÁGENO realmente não funciona... mas onde ele funcionou, Será que funcionou mesmo? Esse é um grande problema de você se formar, ir à congressos sem antes aprender o basicão da fisiologia e não ler artigos na íntegra. Você acredita em qualquer Fake News ou não sabe interpretar o que lê e escorrega na hora de se posicionar. E faz seu cliente gastar dinheiro com coisas inúteis.
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As falhas nos estudos com colágeno podem ser aquele empurrãozinho pra ele funcionar sem ninguém perceber:
- Orientação a uso de cosméticos durante o tratamento. Sim, alguns estudos não limitam nem monitoram.
- Diferenças de idades entre grupos, o que interfere na capacidade de regeneração da pele.
- Colocar pessoas com pele mais danificada no grupo com colágeno, ignorando que quanto pior é o estado de saúde da pele, maior é a chance de verificar alguma melhora com qualquer intervenção.
- Orientar a diluir o pó em qualquer líquido, ignorando que sucos são ricos em vitaminas e minerais, assim como chás são ricos em antioxidantes e leite é rico em proteínas e vitaminas. Todos com efeitos benéficos sobre a pele.
- Não monitorar dieta, exposição solar e hábitos de vida durante a intervenção que possam interferir nos resultados.
- Adicionar espessantes, corantes e aditivos que possam ser danosos à saúde intestinal e ao controle dos radicais livres no grupo placebo, assim como carboidratos de alto poder de glicação e ignorando que inflamação, disbiose intestinal e glicação excessiva são os principais causadores de danos à matriz de colágeno.
- Ignorar que os resultados do colágeno se tornaram significativos comparados ao placebo porque a pele do grupo placebo piorou.
- Grupo com colágeno ter ingerido quase o dobro de água que o do placebo durante o período do estudo.
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Todos esses estudos estarão detalhados quando eu gravar a aula do youtube. Mas eu sei que você não vai assistir porque se você gosta de colágeno, provavelmente, assistir aulas completas não é o seu forte... muito menos baixar o artigo e ler na íntegra com bagagem pra analisá-lo com cautela.
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PERDA DE FORÇA NO ENVELECIMENTO

 

Em uma revisão com 57 estudos, totalizando mais de 15.000 pessoas, Haynes et al. (2020) buscaram entender como se compartam as quedas na força dos extensores e flexores de joelho durante o envelhecimento de homens e mulheres. O estudo compilou dados de diversos experimentos e nos trouxe informações importantíssimas!
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Em primeiro lugar, foi observado declínio brusco em uma certa idade, mas essa idade diferia entre os sexos. Para os extensores de joelho, era observada uma queda brusca nos homens a partir dos 66,7 anos, em média. Nas mulheres, no entanto, isso ocorria muito antes, quando se atingia apenas 41,8 anos!! Já nos flexores de joelho, a queda ocorria apenas nos homens e aos 49,3 anos. Isso gera reflexões importantes, pois baixos níveis de força podem aumentar em mais de duas vezes a taxa de mortalidade, ou seja, é preciso entender e reverter esse quadro. Vou enumerar aqui pontos importantes.
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1) a queda brusca nas mulheres parece ser associada à menopausa.
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2) existe uma discussão de até que ponto a perda é devido ao envelhecimento ou ao desuso.
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3) apesar de haver queda brusca, os estudos mostram os ganhos de força em resposta ao treino são similares em qualquer idade (idosos perdem rápido, mas ganham igual aos jovens se treinarem).
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4) para que pessoas em idade mais avançada ganhem força com o treino, a intensidade é essencial.
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Então turma, entenda que a perda de força está associada a diversos problemas de saúde e à morte, no entanto, nós temos tanto a vacina quanto o remédio para o problema: exercício físico. O ideal é começar o quanto antes, para prevenir a queda, no entanto, mesmo pessoas frágeis se beneficiam do treino.
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Tenho bons estudos sobre o tema e há aulas muito boas no Nerdflix (https://nerdflix.paulogentil.com/, link no perfil). Recomendo muita que assistam, pois essa é uma área extremamente gratificante de trabalhar e que trará ótimas perspectivas pessoas e profissionais!
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Vamos levar o alerta adiante, informar e ajuda o máximo de pessoas possíveis!
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Eu vou mandar o artigo no meu grupo do Telegram. Para entrar vai direto em t.me/drpaulogentil
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com)
Haynes EMK, Neubauer NA, Cornett KMD, O'Connor BP, Jones GR, Jakobi JM. Age and sex-related decline of muscle strength across the adult lifespan: a scoping review of aggregated data. Appl Physiol Nutr Metab. 2020 Nov;45(11):1185-1196. doi: 10.1139/apnm-2020-0081. Epub 2020 Jun 29. PMID: 32598857.

A HUMANIDADE ESTA PIORANDO, PODEMOS AJUDAR...

 

Na publicação passada mostrei dados sobre perda de força com o passar dos anos, mas existem algumas coisas que precisam ser complementadas. Uma delas é o fato de que o ser humano está cada vez pior! Sim, quem conversar com os mais velhos ouvirá coisas como “minha avó trabalhou duro até tantos anos...”, “essa juventude está muito mole...”. Estamos nos tornando cada vez menos aptos! Nas aulas sobre criança no Nerdflix (vejam em https://nerdflix.paulogentil.com/ ) mostro comparações de diferentes gerações que concluem que as crianças estão cada vez menos aptas fisicamente. Mas não são apenas elas, os adultos também estão piorando, conforme mostra um estudo com dados de mais de 2,5 milhões de pessoas em diversos Países (Dufner et al., 2020).
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Essa perda funcional interfere na saúde e qualidade de vida de pessoas em todas as idades! Estudos em TODAS as idades mostram que pessoas com baixa capacidade física tem maior risco de morrer e pronto! Mas, a parte boa é que isso sempre poderá ser revertido.
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Comecei falando sobre crianças e termino falando dos mais velhos! Uma revisão de literatura recente analisou se o treinamento resistido seria eficiente para pessoas idosas, com análises separadas para os acima dos 80 anos (Grgic et al., 2020). Os resultados mostraram que os ganhos de força nesse grupo eram bem grandes, com ganhos significativos também de hipertrofia! Os autores ressaltam que muitos idosos deixam de fazer treinamento de força por medo dos efeitos colaterais, mas as análises não mostraram nenhum evento adverso sério! Ou seja, é eficiente e seguro!
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O Brasil já tem mais de 10% de sua população idosa, em Portugal está chegando a 20% (são 157 idosos para cada 100 jovens). Essas pessoas perdem grandes quantidades de força anualmente e tem suas vidas prejudicadas gravemente! Que tal pararmos de pensar só em bundas e bíceps e começarmos a salvar vidas?
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Já enviei os artigos no meu grupo do Telegram, para entrar vai em t.me/drpaulogentil. Reforço o convite para assistir as aulas do Nerdflix!
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com )
Dufner, T.J., Fitzgerald, J.S., Lang, J.J. et al. Temporal Trends in the Handgrip Strength of 2,592,714 Adults from 14 Countries Between 1960 and 2017: A Systematic Analysis. Sports Med 50, 2175–2191 (2020). https://doi.org/10.1007/s40279-020-01339-z
Grgic, J., Garofolini, A., Orazem, J. et al. Effects of Resistance Training on Muscle Size and Strength in Very Elderly Adults: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Sports Med 50, 1983–1999 (2020). https://doi.org/10.1007/s40279-020-01331-7

ATIVAÇÃO DA PANTURRILHA É IGUAL NO LEG PRESS E NA FLEXÃO PLANTAR

 Existem estudos que nos surpreendem, e talvez sejam eles que mais nos ensinem e nos façam melhorar. Quem me vir treinando membros inferiores ou mesmo conversando sobre o tema, verá que existem casos em que considero aceitável ou até recomendável usar exercícios isolados quando o objetivo é hipertrofia. No caso dos membros inferiores destaco muito os posteriores de coxa, mas também fico balançado sobre a panturrilha (recomendo muito as aulas sobre exercícios de membros inferiores no Nerdflix - https://nerdflix.paulogentil.com ou pelo aplicativo). No caso da panturrilha, temos várias coisas, como uma menor resposta de síntese proteica, maior proporção de fibras tipo 1 (que se recuperam mais rápido e sofrem menos lesões) a característica biarticular dos gastrocnêmios... mas a questão e que várias coisas que acreditávamos se mostraram inadequadas (ou você acha que eu não fazia bíceps isolado e prescrevia glúteo com caneleira?) e decidimos fazer um estudo para ver se a ativação muscular mudava quando se fazia a flexão plantar ou o leg press.

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O estudo envolveu alunos de graduação, Doutorado e colegas de outras universidades. Nele, colocamos 22 homens treinados para fazerem 10 repetições máximas de leg press 45 e flexão plantar em pé e avaliamos a ativação do sóleo, gastrocnêmio lateral e gastrocnêmio medial. Para a minha surpresa, a ativação de todos os músculos foi similar! Eu realmente não esperava... Nada de novo ir contra o que “sentimos”, até porque sentimentos enganam. Mas foi surpreendente para mim ir contra a questão anatômica também, pois os gastrocnêmios alongam na panturrilha, mas encurtam no joelhos durante o leg press.
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Estudos de ativação são limitados em prever hipertrofia ou ganho de força. No entanto, esse resultado serve como reflexão para pensarmos sobre seleção de exercício e, principalmente, nos motiva a iniciar outros estudos para verificar se a questão da hipertrofia vai se comportar de maneira similar... o artigo foi enviado no meu grupo do Telegram ( vai direto em t.me/drpaulogentil ) e eu detalho muito sobre panturrilha na aula do #Nerdflix.
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com )
Gentil, P.; Souza, D.; Santana, M.; Alves, R.R.; Campos, M.H.; Pinto, R.; Bottaro, M. Multi- and Single-Joint Resistance Exercises Promote Similar Plantar Flexor Activation in Resistance Trained Men. Int. J. Environ. Res. Public Health 2020, 17, 9487.
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