terça-feira, 20 de julho de 2021

DEPRESSÃO , EXERCÍCIO É VACINA E REMÉDIO

 

Estou com a minha mãe esses dias e sempre conversamos muito sobre várias coisas (várias mesmo, pois herdei dela essa incrível habilidade de falar sem parar!). Uma coisa que sempre aparece nas conversas é o quanto o estilo de vida dela faz bem para sua saúde física e mental. Ela é frequentadora assídua da @academiamalhart , nas aulas de dança, Ioga, Pilates, alongamento, musculação e etc. Apesar de ser indiscutível os benefícios em termos biológicos, como composição corporal, funcionalidade, riscos cardiometabólicos... um aspecto que salta aos olhos é o quanto o exercício fazem bem para a cabeça das pessoas em idade avançada.
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Vou dar um exemplo do estudo de Marques et al. (2021) que envolveu nada menos que 64.688 pessoas de 18 países, com avaliação dos níveis de atividade física e escores de depressão. Os resultados mostram que fazer atividade física pelo menos uma vez por semana é negativamente associado com sintomas de depressão. Comparados com idosos que fazem atividade física moderada menos de uma vez por semana, os homens que faziam duas vezes ou mais tinham um risco 58% menor de desenvolver depressão. Nas mulheres o risco caía 41%. Olha que beleza, fazer atividade física pode cair para menos da metade o risco de um idoso ser depressivo. Isso não deve ser negligenciado por 3 motivos: 1) a depressão é altamente prevalente em idosos; 2) a atividade física é um dos principais fatores de risco modificáveis para prevenir a depressão e 3) há estudos mostrando que o exercício tem efeitos similares aos medicamentos antidepressivos nos idosos.
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Nas aulas sobre idosos no #Nerdflix falo de vários aspectos, inclusive das modificações que isso causa em suas vidas como um todo. Para ser sincero, quando mudamos vidas, nós somos os que mais mudamos (para melhor)! Assim que puderem, corram no Nerdflix (direto em https://nerdflix.paulogentil.com/
ou pelo link no perfil) e assistam todas essas aulas.
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
)
Marques A, Gaspar de Matos M, Bordado J, Gouveia ÉR, Peralta M, Gomez-Baya D. Different levels of physical activity and depression symptoms among older adults from 18 countries: A population-based study from the Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe (SHARE). Eur J Sport Sci. 2021 Jun;21(6):887-894. doi: 10.1080/17461391.2020.1795273. Epub 2020 Jul 26. PMID: 32660358.
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#teamcerebro #nobrainnogain #conhecimentoépoder

MUSCULAÇÃO VS HIV

 

O vírus HIV promove uma série de alterações negativas no organismo, com destaque para imunossupressão e caquexia. No entanto, as terapias mais recentes evitam muitos dos danos e prolongam bastante a vida das pessoas acometidas. Mas tanto o vírus quanto as terapias promovem diversas alterações negativas, como dislipidemias, resistência à insulina, aterosclerose, aumento da gordura, perda de massa magra e perdas funcionais. Para atenuar tais problemas, o exercício físico é visto como uma ferramenta importante, se não essencial!
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Um grupo de pesquisadores brasileiros nos trazem um ótimo trabalho sobre o tema. Nesse estudo de 12 semanas, Alves et al. (2021) separaram homens com HIV em 3 grupos: musculação tradicional, musculação com oclusão vascular e controle (vou mandar o artigo no meu grupo do Telegram para quem desejar ver os protocolos. Entrem pelo link no meu perfil). Ao final, os grupos que treinaram musculação, com ou sem oclusão vascular, ganharam bastante força, com ganhos que variavem de 25 a 57%, dependendo do exercício, sem diferença entre os grupos! Além disso, os treinos também promoveram ganhos de massa magra e redução de gordura, enquanto o grupo controle perdia massa magra e ganhava gordura.
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Por favor, não foquem na oclusão vascular (para ver sobre isso, olhe minha aula no #Nerdflix, https://nerdflix.paulogentil.com/
). Vamos pensar nas pessoas com HIV/AIDS. Essas pessoas que antes tinham uma baixa expectativa de vida, hoje felizmente podem viver bem mais. No entanto, a agressividade da doença e do tratamento as levar a ter diversos outro prejuízos na saúde e qualidade de vida. Além disso, o próprio estigma da doença pode leva-las a dificuldades de interação. Por mais que se fale pouco sobre isso, são quase 1 milhão de pessoas vivendo com esse diagnóstico e o exercício pode ajuda-las bastante! Para quem quiser ajudar essas pessoas, recomendo começar estudando sobre imunidade pelas aulas do Nerdflix (https://nerdflix.paulogentil.com/
) e depois estudem sobre a doença para se livrar de preconceitos e medos. Depois disso, mão à obra e vamos mudar vidas!
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(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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Alves TC, Santos AP, Abdalla PP, Venturini ACR, Angelotti PS, Borges FG, Reis HDO, Bollela VR, Mota J, Machado DRL. Resistance training with blood flow restriction: Impact on the muscle strength and body composition in people living with HIV/AIDS. Eur J Sport Sci. 2021 Mar;21(3):450-459. doi: 10.1080/17461391.2020.1757765. Epub 2020 May 14. PMID: 32349629.

DEFINIÇÃO DE ABDOMÊN

 

Após uma sequência de aulas sobre exercício abdominais no #nerdflix (veja em https://nerdflix.paulogentil.com/
ou pelo link na bio), agora vou falar sobre o passo seguinte: a perda de gordura nessa região. Sei que é extremamente controverso e delicado dizer que há perda de gordura seletiva, mas parece que a situação não está tão fechada...
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Por exemplo, uma análise de mais de 2600 pessoas mostrou que as pessoas que faziam atividades de intensidade mais alta gastavam menos calorias anualmente, o que pode sugerir que elas seriam mais “gordas”. No entanto, foi justamente o contrário! Além de serem mais magras, elas tinham a menor circunferência de cintura (Tremblay et al., 1990)! Posteriormente, Trapp et al. (2008) colocaram mulheres obesas para fazer tiros na bicicleta e, por meio de uma avaliação com DEXA, verificaram que as participantes emagreciam de maneira não uniforme. Havia tendência de aumentar a gordura nos braços e perder na região central e pernas. Posteriormente, uma meta-análise de Maillard et al. (2018) confirmou que o treino de alta intensidade parece ser particularmente eficiente em reduzir a gordura na região abdominal, quando comparada com atividades moderadas.
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Ao olhar essas evidências, parece ser possível promover redução preferencial na gordura abdominal e também podemos quebrar a suposta “dificuldade em perder barriga”. No entanto, tais efeitos parecem estar associados a vários aspectos, como o tipo de treino, com efeitos mais evidentes nos treinos de alta intensidade.
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Outro aspecto que merece nossa atenção é o tipo de exercício. Por exemplo, será que é preciso que a atividade envolva algum trabalho do músculo dessa região para que a perda ocorre em maior magnitude? Hipóteses para isso existem, como os estudos que encontraram maior quebra de gordura na gordura próxima ou músculo exercitado!! Pois é, às vezes a gente acha que algo está sacramentado, mas nem sempre é assim! Então se liguem na aula de quinta (15/7) às 22, que será realizada pelo Instagram e pelo meu canal do YouTube, você pode ir direto em https://youtu.be/fOs-V_hKQyM
ou também pelo destaque “Abdômen” nos Stories!
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(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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Maillard F, Pereira B, Boisseau N. Effect of High-Intensity Interval Training on Total, Abdominal and Visceral Fat Mass: A Meta-Analysis. Sports Med. 2018 Feb;48(2):269-288.
Trapp et al (2008). The effects of high-intensity intermittent exercise training on fat loss and fasting insulin levels of young women. Int J Obes 2008;32:684–91.http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18197184
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Tremblay et al. (1990). Effect of intensity of physical activity on body fatness and fat distribution. Am J Clin Nutr. Vol.51 n.2 pp:53-7, 1990.