sexta-feira, 21 de abril de 2023

QUAIS MÚSCULOS SÃO MAIS FÁCIL DE PERDER E COMO EVITAR ISSO?

 Quando paramos de treinar, quando envelhecemos e, principalmente, uma combinação de ambos sofremos uma progressiva perda de massa muscular.

Alguns músculos vão embora mais fácil que outros e, para esclarecer quais músculos apresentam a maior queda ao longo do tempo, Naruse et al. (2023) revisaram dados de 47 estudos que avaliaram o tamanho dos músculos por ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassom.
De acordo com os resultados, o envelhecimento gera as maiores perdas no quadríceps, onde chegamos a perder mais de 30% de nossa massa muscular. 😳
Por outro lado, em músculos como o sóleo a perda é de apenas 6%.
Ao analisar os músculos que mais perdemos podemos fazer algumas 3 observações interessantes, que certamente farão vocês lembrarem das aulas sobre idosos no @‌nerdflix_br (que não for assinante, corre e garanta sua vaga por apenas R$24,90. O link está na bio e no final desse post!)
1️⃣ Os músculos perdidos são essenciais para funções importantes, que também são perdidas com a idade, como levantar de uma cadeira, subir escadas ou mesmo andar.
2️⃣Os músculos mais perdidos são os que possuem mais fibras rápidas, enquanto os mais preservados são os que possuem mais fibras lentas.
3️⃣Juntando os dois acima, chegamos à terceira, e que explico melhor no Nerdflix. A perda de músculo e fibras tipo 2 é associada ao desuso e pode ser revertida com o treino, tanto que a resposta de idosos aos treinos parece ser similar a dos jovens. Mas para isso ocorrer devemos tanto usar exercícios que estimulem esses músculos (como agachamento) e protocolos que estimulem as fibras rápidas (carga altas, velocidade altas ou esforços altos). Ou seja, treino com exercício básicos e de alta intensidade são vitais para idosos!
📱O artigo estará no meu grupo do Telegram, vocês podem entrar pelo link nos meus destaques.
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doi:10.1152/japplphysiol.00768.2022

DEMÊNCIA TAMBÉM É UM PROBLEMA DO MÚSCULO

 O envelhecimento é associado à redução e perda de diversas funções, tanto nos músculos quanto em outros órgãos, como o caso do cérebro. Estas são associadas à perdas cognitivas e demência, como as vistas na Doença de Alzheimer.

Apesar da Doença de Alzheimer ser caracterizada por alterações nos neurônios, há evidências que, logo nos estágios iniciais, há perda de massa muscular, força e disfunções no metabolismo dos músculos, especificamente nos mitocôndrias. Para ser mais claro, nos estágios pré-clínicos da doença, mesmo antes de haver a demência, o músculo começa a se deteriorar. Com isso, alguns pesquisadores sugerem que manter a saúde muscular possa ajudar a prevenir a Doença de Alzheimer. Nesse sentido, há mesmo evidências de que o exercício ajude a reduzir a quantidade de placas amiloides e melhorar a cognição. Todas essas informações foram trazidas recentemente em um estudo publicado no Journal of Applied Physiology por Brisendine & Drake, que enviarei no meu grupo do Telegram.
Essas evidências são muito fortes e reforçam que ter massa muscular, força e fazer exercícios vão além da estética. Países como Portugal e Itália já possuem 20-30% da população em idade avançada e, apesar de ter uma população relativamente jovem, o Brasil está com um número cada vez maior de idosos. É interessante que informações sobre as estratégias para prevenir e tratar problemas de saúde associados ao envelhecimento sejam disseminadas e quebremos o estereótipo de que profissionais de Educação Física tenham como seu maior mérito, a estética de seus corpos e de seus alunos.
Convido a assistirem as aulas sobre idosos, no https://nerdflix.paulogentil.com/
(link na bio). Primeiro vejam as aulas propriamente ditas, depois assistam as conversas com outros profissionais, pois aí entenderão também a parte prática e humana desse trabalho.
Doi: 10.1152/japplphysiol.00659.2022

sexta-feira, 14 de abril de 2023

PODERÍAMOS TER SALVO 66% DAS VIDAS NA PANDEMIA

 Me recordo que, durante a Pandemia, enquanto muita gente resolveu lacrar e militar, vários pesquisadores lutaram para trazer soluções. Eu, por exemplo, produzi diversos trabalhos, sempre destacando que deveríamos valorizar os espaços de atividade física e recomendar exercício em TODOS os casos.

Quando digo todos, incluo pessoas hospitalizadas. Isso me levou a ser chamado de genocida, pesticida, Emicida e até hidroclotiazida... sem contar o negacionista, facista, taxidermista e feladaputista.🥴
🛑Pois bem, agora talvez estejamos vendo o quanto pagamos pela politização da saúde e chega a hora de vários “eu te disse”. Sobre atividade física dentro do hospital, trago um estudo com participação do Gigante Mikel Izquierdo (o sigam nas redes e entrem em seu grupo do Telegram, pois ele sempre compartilha informação de qualidade) e também do incrível Rodrigo Ramirez-Campillo, um chileno que está entre os maiores do Mundo em treino resistido.
👉No estudo, 439 hipertensos hospitalizados foram divididos em grupo que fazia exercício e um que não fazia. O treino envolvia diversas atividades feitas com supervisão direta 3-4x semana. Os resultados revelaram que fazer exercício era um dos marcadores prognósticos da sobrevivência. Para ser mais claro, a taxa de mortalidade entre quem não se exercitava foi mais que o triplo em relação aos que se exercitavam (26,05 vs 7,96%). Ou seja, dentro dessa população, se TODOS tivessem se exercitado poderíamos ter salvado a vida de 2 em cada 3 pessoas! Tem noção do que é isso?
Com certeza quem assistiu minhas aulas no Nerdflix ou leu meus artigos vai lembrar de minhas palavras e sugestões, bem como das ofensas que sofri (aliás, esses dias vi profissionais portugueses me ofendendo nesse sentido). E agora, será que continuarão com essa bobagem? Para quem não viu, enviarei os artigos no grupo do Telegram. Por fim leve isso como aprendizado caso o Mundo sofra com algo similar no futuro... o que infelizmente é provável de ocorrer.
Doi: 10.1152/japplphysiol.00544.2022