sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

INVENCIONICES ?? NÃO PERCA SEU TEMPO, FAÇA O QUE FUNCIONA!!

Na Faculdade de Educação Física há disciplinas que ensinam como o corpo responde aos treinos. Assim sabemos qual estímulo pode gerar hipertrofia, qual músculo c...ontrai durante o exercício e etc. esse conhecimento básico é aliado a disciplinas mais aprofundadas e vivências práticas para nos capacitar a prescrever treinos seguros, eficientes e que não te façam pagar mico! Mas aí vem uns demônios e começam a inventar exercícios sem pé nem cabeça, desconsiderando coisas ainda mais elementares, como Física! Olha esse vídeo, a maldita puxada foi criada com uma droga de sistema de roldanas para que se puxe a porcaria do peso em direção ao seu raio do corpo com a finalidade de trabalhar os músculos do braço e costas. Mas aí chega um doido e puxa apenas um braço. Além ignorar o básico, o cara nunca deve ter brincado de gangorra! Se colocarmos peso em um lado do ponto fixo, o outro vai se movimentar no sentido oposto. Aí o resultado é essa escrotice em que se puxa um lado, se levanta o outro e o peso acaba se movendo menos que numa variação normal, ou seja, há menos trabalho! Parabéns, cá está uma bela bosta de variação!
Agora vou dar dicas valiosas! 1) Se alguém mandar testar em si mesmo para ver se é bom, FUJA! É preciso estudar para entender como prescrever exercício. Quem se baseia em sentimento, não tem a mínima ideia do que está fazendo. 2) Se alguém disser que é para avançado, FUJA! As reações fisiológicas e funções dos músculos são similares nos terráqueos e, principalmente, todos estão submetidos às mesmas leis da Física. 3) Se alguém disser que variações são necessárias para desenhar músculos, FUJA! Músculo não é massa de modelar, ele faz movimentos. A forma do seu músculo não tem a ver com invencionices e sim com composição corporal, distribuição e composição de fibras, etc. 4) Por fim, se o alguém disser, “tem que fazer para sentir, pois esse é um exercício avançado para lapidar o shape”... FUJA REZANDO, pois só pode ser o próprio Tinhoso querendo te levar para as trevas!
PS: se você curte o shape dos manos criativos, cola uma foto deles no banheiro, mas não precisa copiar os exercícios, ok?
(Paulo Gentil)

NÃO EXISTE MILAGRE, EXISTEM BONS HÁBITOS

O primeiro passo para mudar seu comportamento alimentar de modo racional é tratar os fatos tais quais eles são. Ter um motivo importante traz sentido, assim como a disciplina molda seu comportamento. Mas enquanto você supervalorizar o errado e tiver medo de soluções simples, você está longe de melhorar.
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O raciocínio é simples: - Determinado comportamento não te leva ao seu objetivo? Diga não. Sempre! Até você acostumar.
- Alguma atitude é importante? Comporte-se como um adulto e cumpra. Até você se acostumar.
Se houver dificuldade, depois de ter tentado, conseguido, e aí sim, não gostado, baseado num conceito e não num pré-conceito: anote e leve para que o profissional adapte, dentro das possibilidades.
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Não há problema nenhum em você não gostar de mudanças. O problema é você querer que a situação mude sem você mudar.
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E no caso da alimentação é simples. É só ir no mesmo mercado e trocar doces por frutas, refrigerante e suco por água, peito de peru por carnes e ovos, trocar biscoitos por cereais integrais e parar de ter medo de arroz integral, feijão, batata e mandioca. Veja, reduzir e trocar são coisas diferentes... reduzir é um ótimo modo de você se boicotar antes de criar um novo comportamento. Insira folhas, vegetais, azeite e castanhas e sem torrar, fritar, fazer bolo e sem ficar colocando óleo nas coisas. Lembre-se: É só comida... ela não morde!
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Fica tranquilo.... se isso é um bicho papão montado num dragão horrível significa apenas que você ainda não tem maturidade emocional para mudar. Não há nada de errado, desde que esteja satisfeito com seu corpo, seu sono, sua disposição, sua produtividade intelectual e sua saúde.
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Quando isso for importante pra você, você vai enxergar o mundo através das lentes da realidade. Isso facilita as coisas e evita aquele mimimi desnecessário. Mas na presença do mimimi, guarde ele pra você. Caso você queira disposto a mudar a sua vida de verdade, eu tenho ótimos profissionais com ótimas ferramentas para te ajudar. Por exemplo, eu! .
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Agendamentos pelo wpp 061992325795
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Um abraço forte, tenro e de verdade criançada! #NutriFofoSemFrescura

DETOX?

O exemplo das dietas ou produtos "detox" ilustra bem o conceito de pseudociência, que é a apropriação indevida de termos científicos em assuntos não científicos.

Ao usar um termo científico, o texto ganha credibilidade com audiência sem formação científica.

Alimentos "detox" são uma fraude. Na realidade, este termo foi apropriado indevidamente da medicina.

Desintoxicação em medicina significa um tratamento contra níveis perigosos de toxinas como drogas, álcool, venenos e metais pesados.

É feita no hospital quando há uma ameaça real à vida do paciente e não usa nenhum suco, obviamente. Dietas "detox" raramente definem o que é toxina e usam a tática do medo para vender mais. Mais raro ainda é a menção ao mecanismo pelas quais as tais "toxinas" são eliminadas.

Os argumentos por trás das dietas "detox" são tão fracos que é difícil justificar investimentos para testes clínicos.

Assim, é raro encontrar estudos com estes objetivos [1]. Mesmo assim, é possível desmistificar essas dietas fazendo reflexões sobre:

a) quais são as "toxinas" as quais somos expostos no dia a dia?

b) os alimentos que ingerimos podem ter um papel na eliminação dessas "toxinas"? c) há riscos associados a tais dietas?

A revisão compartilhada aqui [1] faz exatamente isso e conclui que não há evidências que apoiam o uso de produtos "detox" para emagrecimento ou eliminação de "toxinas". Considerando os custos e riscos de algumas dessas dietas e produtos para saúde, seu consumo deve ser desencorajado e os produtos devem ser fiscalizados por órgãos regulatórios.
Sabe aquelas "toxinas" que invadiram o seu corpo nas festas de final de ano, como os publicitários adoram dizer? Para essas "toxinas" temos o rim e o fígado. Eles fazem um excelente trabalho.

Para benefícios a longo prazo tenha hábitos saudáveis pois não há cura rápida e milagrosa como alegado pelos produtos "detox". [1] http://onlinelibrary.wiley.com/enhanced/doi/10.1111/jhn.12286

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

MAIORES AMPLITUDES REPRESENTAM MAIOR RISCO DE LESÃO ARTICULAR?

Existe uma preocupação muito grande de alguns profissionais da saúde com relação ao agachamento completo e sobrecargas articulares que este exercício pode causar. Alguns estudos têm mostrado comparações entre agachamentos realizados em diferentes amplitudes de movimento e o risco entre eles. Alguns deles mostram que quando se realiza agachamentos com amplitudes menores são usadas cargas maiores com a finalidade de gerar fadiga e isso aumenta consideravelmente as forças compressivas na coluna (Kuo et al., 2010; Capozzo et al., 1985) e nos joelhos (Sahli et al., 2008; Wallace et al., 2002). Em um estudo (Hartmann et al., 2012) observaram o uso de cargas 4 vezes maiores para realizar um quarto de agachamento (a 120o de flexão do joelho) comparado ao agachamento completo.
Além disso foi observado que os ângulos articulares que oferecem maiores compressões para a articulação do joelho estão entre 85 o a 90o de flexão e a explicação seria um maior contato do tendão do quadríceps com o sulco intercondilar em ângulos menores de 90o (a 60o) que levaria à diminuição dessas forças compressivas (Hehne, 1990; Huberti e Hayes, 1984) e ao se flexionar mais o joelho acontece um deslocamento da patela aumentando a área de contato das facetas com a superfície retropatelar (Huberti e Hayes, 1984; Ahmed et al., 1983).
Alguns estudiosos defendem que o contato entre os tecidos moles de isquiotibiais e gastrocnêmios é importante para minimizar as forças nos joelhos. Quanto maior a área de secção transversa desses músculos maior esse contato e ele se inicia de forma considerável com 60º de extensão (Collins, 1994) reduzindo as forças tibiofemural (Caruntu et al., 2003; Glitsch et al., 2009; Zelle et al., 2009) e patelofemural (Caruntu et al., 2003; Glitsch et al., 2009). Sendo assim, pessoas com maior nível de hipertrofia apresentam mais proteção aos joelhos em agachamentos completos.
Sugiro que a preocupação dos profissionais deve estar mais voltada ao uso de cargas adequadas para o nível de condicionamento do praticante e a execução correta do movimento para evitar lesões.

MULHERES SÃO MAIS RESISTENTES QUE HOMENS

Que homens e mulheres não são iguais é algo conhecido pela maioria de nós (ao menos quando estamos sóbrios). No entanto, o treinamento de homens e mulheres muit...as vezes é feito de maneira similar ou, quando diferente, é feito com base em coisas esdrúxulas, tipo duzentos mil coices para todos os lados para as minas e exercícios para miolo do peito e bico do bíceps para os manos. Mas as diferenças fisiológicas não justificam isso.
Nosso grupo estudou bastante as mulheres para buscar responder questões práticas, como a resistência à fadiga. Em geral, mulheres fazem treinos com muitas repetições com maior facilidade que homens. Duvida? Coloca um caboclo numa aula de local e verá o sofrimento do rapaz enquanto as meninas nem se despenteiam. Enfim, mas até que ponto isso é uma questão cultural (mulheres habitualmente aderem a essas atividades) ou fisiológica (questões inerentes ao sexo). Para sanar a dúvida, colocamos 68 homens e mulheres, treinados e não treinados, para fazerem testes de força máxima e de fadiga nos flexores de cotovelo. De acordo com os resultados as maiores taxas de fadiga eram encontradas nos homens não treinados e as menores nas mulheres não treinadas. Quando pessoas do mesmo estado de treino eram comparadas, as mulheres levavam vantagem na resistência e os homens na força! Olha que bacana!
Isso sugere que as mulheres realmente rendem mais em treinos metabólicos e podem ou fazer mais repetições com um mesmo percentual de carga ou pegar mais carga para uma mesma quantidade de repetições. Se nós consideramos dados prévios que mulheres parecem se recuperar mais lentamente de microlesões e que elas possuem mais fragilidade nos ligamentos, então a recomendação que daria para elas e seus treinadores é que, dentro do seu planejamento, se passasse mais tempo com treinos metabólicos do que tensionais. Não significa, no entanto, que elas estão proibidas de treinar tensional, mas sim que a proporção desse treino será menor.
Viu como é legal trabalhar baseado em evidências? Aí você pode fazer coisas sérias em vez de pagar mico com “treinos femininos”. Aproveito e recomendo que deem uma olhada no meu curso online sobre treino para Mulheres, crianças e idosos. Confiram lá na minha página (www.PauloGentil.com).
O artigo completo poderá ser lido aqui:
http://pagepressjournals.org/index.php/bam/article/view/7070
(Paulo Gentil)

MUSCULAÇÃO x AULAS COLETIVAS

Os benefícios da atividade física ocorrem em diversas dimensões, além da biológica, e podem se manifestar em campos pouco explorados, como nas interações sociai...s. Essa gama de benefícios pode ser particularmente importante para idosos. Nesse sentido a realização de atividades em grupo, como os esportes coletivos podem ser interessantes.
Em um estudo recente, ninguém menos que Pedersen comparou ambos, esporte coletivos e musculação, em idosos. Os coletivos eram atividades feitas com bola em espaço reduzido, com 4 minutos de jogo por outros 4 de intervalo, chegando a 4 séries. A musculação tinha 3 exercícios feitos com 3x10. Os resultados dos testes funcionais foram bem similares entre os grupos, o que foi surpreendente. Com relação aos aspectos psicológicos, todos eram bastante motivados, mas quem treinava em grupo se motivava principalmente devido às interações sociais, já quem treinava sozinho se motivava devido aos resultados. No artigo há várias análises interessante e depoimentos dos participantes mostrando o quando resgatar o prazer das atividades coletivas exerceu um impacto positivos em suas vidas (Pedersen et al., 2017).
E aí? Aí é que academia é um ambiente que pode fornecer possibilidades a todos, aliás, pode até mesmo dar ambas as possibilidades. As atividades e, principalmente, os professores não precisam competir entre si e sim colaborar. Por exemplo, de musculação podem oferecer programas individualizados e direcionar os alunos para as atividades coletivas que atendam suas expectativas e/ou preferências. Como já disse antes, eu sou sócio de uma academia (Academia Malhart, em Brasília) e já fui professor de diversa modalidades coletivas (especialmente ginástica localizada e ciclismo indoor), portanto, acredito totalmente na coexistência pacífica e na complementaridade dessas modalidade, o que vem sendo reforçado pelos estudos. Ah, isso é especialmente benéfico para os idosos, que foi o foco do estudo, já que a interação social ganha uma outra dimensão para eles!
(Paulo Gentil)
Pedersen MT, Vorup J, Nistrup A, Wikman JM, Alstrøm JM, Melcher PS, Pfister GU, Bangsbo J. Effect of team sports and resistance training on physical function, quality of life, and motivation in older adults. Scand J Med Sci Sports. 2017 Aug;27(8):852-864.

COLAGENO?

Colágeno é uma proteína e, assim como qualquer proteína, ela é constituída de um aglomerado de aminoácidos e também, assim como qualquer proteína, não é absorvida neste formato pelo corpo humano. Toda proteína precisa ser quebrada em aminoácidos pra ser absorvida e, após esta quebra, nosso corpo pode construir a proteína que quiser a partir destas moléculas. Ingerir colágeno para firmar a pele é o mesmo que comer cabelos para crescer mais cabelo!
Bala de goma - R$1,50
Colágeno hidrolisado - R$100. Ser feito de bobo, não tem preço!

DOR NO JOELHO

Pesquisadores Belgas avaliaram o uso de diferentes exercícios de musculação nos sintomas de #dor no joelho (Dor Patelofemoral). A comparação foi feita entre exercícios de cadeia cinética fechada #CCF (como o Agachamento, por exemplo) e exercícios de cadeia cinética aberta #CCA (como a cadeira extensora, por exemplo).
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Dessa forma, 60 pacientes com dor #patelofemoral foram submetidos a 12 semanas de Treinamento de #Musculação realizados 3x/sem somente com exercícios de CCF ou de CCA. Os resultados mostraram que os dois tipos de exercícios foram eficientes para melhorar a Capacidade Funcional e diminuir a Dor, porém os exercícios de CCF foram superiores diminuindo mais a dor dos pacientes e sendo mais eficazes na melhoria da #capacidadefuncional.
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Pessoal, assim entendemos que durante um processo de #reabilitação podemos usar tanto exercícios de CCF quanto exercícios de CCA, porém a base do nosso treinamento de ser com o exercícios de CCF devido a sua mecânica ser mais próxima dos movimentos utilizados durante as Atividades da Vida Diária (AVD's), ter maior estabilização da articulação do #joelho, afinal durante um Agachamento, por exemplo, temos ação tanto do Quadríceps (em virtude da extensão do joelho) quanto dos Isquitibiais (em virtude da extensão do quadril) e isso ajuda a estabilizar a articulação do joelho e também pelo fato dos exercícios CCF terem sido mais eficientes na redução da dor dos pacientes.
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@rodolfo_raiol

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

CUIDADOS NA CADEIRA EXTENSORA

Venho observando a utilização de variações de exercícios e trabalhos em angulações específicas com diversas finalidades. Um exemplo é o povo que utiliza os últi...mos graus de extensão de joelhos com o objetivo de enfatizar o vasto medial. Isso é feito com finalidades estéticas ("melhorar o shape da voltinha do quadríceps acima do joelho") e terapêutica (ativação preferencial do vasto medial oblíquo). No entanto, ao contrário do que se acredita, essa "esmagada" nos últimos ângulos de extensão promovem maior recrutamento do vasto lateral do que do vasto medial oblíquo (Ribeiro et al., 2010), o que frustra a proposta de melhora do "shape" e agravaria ainda mais o problema de lateralização da patela (um problema que, diga-se de passagem, tem muito mais ficção que realidade). Somado à essa tendência de lateralização, nos últimos 30° de extensão dos joelhos há aumento da pressão de contato femoropatelar. Isso seria um problema para quem tem condromalácia e para mulheres em geral, que já possuem maior propensão a problemas de joelho!
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Portanto, cuidado com a "esmagada" na cadeira extensora, pois ela pode fazer tudo ao contrário do que se imagina! Muita gente vai alegar que sente, que sempre fez assim, que fulano faz. Mas, como não fiz Psicologia, não teria como debater muito sobre sentimentos. Sobre "todo mundo fazer"... uma mentira repetida mil vezes, continua sendo uma mentira!
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Para ser sincero, eu raramente uso e recomendo pouquíssimo a cadeira extensora pois ela 1) trabalha menos músculos 2) de uma maneira menos natural e 3) é menos segura que os movimentos de cadeia cinética fechada, como leg press, agachamento, afundo, levantamento terra... Tanto que Signorile já alertava para seus riscos e não recomendava sua utilização em um artigo de 1994 do Journal of Strength and Conditioning Research! Eu não recomendaria sua proibição, mas diria para que, se for para fazer, que se faça com moderação e da forma correta. Seus joelhos e o espelho agradecerão!

(Paulo Gentil)
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Signorile JF, Weber B, Roll B, Caruso JF, Lowen-Steyn I, Perry AC (1994) An electromyographical comparison of the squat and knee extension exercises. J Strength Cond Res 8 (3):178-183
Ribeiro ACS, .Grossi DB, Foerster B, Candolo C, Monteiro-Pedro V (2010). Avaliação eletromiográfica e ressonância magnética do joelho de indivíduos com síndrome da dor femoropatelar. Rev. bras. fisioter. 4(3):221-228.

EMAGRECER FAZENDO MUSCULAÇÃO

Você certamente conhece um monte de gente que se mata na academia e continua na mesma, né? Não ganha força, não ganha massa muscular, não emagrece... Pois é, po...de ser que tudo isso esteja relacionado, independente da alimentação. Quando falamos que musculação emagrece, muita gente se questiona, pois existem diversos estudos que não encontraram perda de gordura e também há diversas pessoas que fazem musculação e não emagrecem! E aí, qual o segredo do sucesso?
Bea et al. (2010) acompanharam mulheres no período pós menopausa por 6 anos. As mulheres foram dividias em 3 grupos. Um praticou musculação o tempo todo, um não fez nada e o terceiro ficou um ano parado, mas depois começou a levantar pesos. Os programas de treino eram supervisionados e envolviam estratégias motivacionais, para aumentar a adesão. O treino envolvia 8 exercícios (advinha, sem isolados!) feitos em 2 séries, 3 vezes por semana. De acordo com os resultados, apenas o grupo controle ganhou peso e gordura ao longo dos seis anos, sugerindo que malhar pode previne o embagulhamento. Agora vem o mais bacana, os autores dividiram as participantes em três grupos, de acordo com o aumento da força: quem ganhou menos, intermediário e quem ganhou mais. Interessantemente, apenas as que tiveram maiores aumentos de força controlaram o peso e a gordura corporal, na verdade a tendência delas foi é emagrecer, como mostrado na figura!
Então, se você está indo para academia e passa horas nos selfies, bate-papo e afins, realmente o resultado não vai ser lá essas coisas. Eu não estou dizendo que a parte social deva ser suprimida. Só estou falando que você precisa saber diferenciar exatamente o que é treinar e o que é enrolar. Você pode muito bem fazer um treino curto e intenso e, com o tempo que sobra, pode cumprir as funções sociais, diplomáticas e amorosas, beleza?
Então, a pergunta inicial “qual o segredo do sucesso?” poderia ser respondida com: “esforço”. Se você não está se esforçando o suficiente, certamente os resultados não serão bons. E perceba que quando falo esforço, não falo passar horas na academia, falo em fazer bem feito, chegando à falha, ou ao menos bem próximo a ela!
(Paulo Gentil)
Bea JW, Cussler EC, Going SB, Blew RM, Metcalfe LL, Lohman TG. Resistance training predicts 6-yr body composition change in postmenopausal women. Med Sci Sports Exerc. 2010 Jul;42(7):1286-95.

VAMOS TREINAR INTENSO DE VERDADE

Já sabemos que chegar um esforço elevado, é essencial para se ter bons resultados na musculação. No entanto, a definição de "treino máximo" ainda é muito subjet...iva. Muita gente tenta prever sua fadiga, ao invés de prosseguir até o momento que não consegue mais concluir uma repetição. Em um artigo recente, junto com colegas alemães e ingleses, exploramos um pouco a temática ao comparar a quantidade de repetições que se faz habitualmente com a que se poderia fazer em 141 pessoas e encontramos algumas coisas interessantes:
- pessoas treinadas costumam estar mais perto do seu máximo real.
- quando se trabalha com mais repetições, a tendência é errar mais.
- leg press e abdominais são exercícios com maior índice de erro.
Isso pode explicar muitas coisas. Por exemplo, porque tem tanto marmanjo sabirila (perna de sabiá e tronco de gorila)! Verificamos que a galera chega com facilidade à fadiga no bíceps, mas erra por cerca de 30% no leg press! Como resultado, se acredita é mais difícil hipertrofiar os cambitos, quando na verdade não se coloca um esforço adequado! Esse menor esforço usual nos membros inferiores também pode explicar tanto invencionismo, que seria uma forma de treinar mais por não se treinar bem. Também pode explicar porque muita gente (inclusive alguns estudos) não alcança bons resultados nos treinos com muitas repetições, já que o desconforto as faz interromper precocemente o exercício.
As recomendações que dou a partir desses estudos são que observem bem o esforço do seu treino! Não é normal se sair de um exercício de membros inferiores com dignidade para ficar em pé, portanto, se você sai e ainda dá pulinhos, passadas ou dança raggaton, tem alguma coisa errada. Assim como não é normal precisar de leg de ladinho! Se você tem dificuldades em fadigar por causa da dor, comece a testar o uso de cargas maiores e menos repetições, pois pode ser uma solução para vencer a baixa tolerância. E lembre-se: o exercício só foi máximo se você realmente não consegue completar a próxima repetição, apesar de tentar com todas as suas forças!
O artigo está disponível gratuitamente no link:
https://www.researchgate.net/…/321395253_Ability_to_predict…
(Paulo Gentil)

AMPLITUDE

No treinamento de força temos muitas variáveis para manipular e aproveitar ao máximo a eficiência, a eficácia e a segurança na hora do treino. Uma variável que é bastante ignorada (se não for a mais) nas academias é a AMPLITUDE DE MOVIMENTO. E você com toda certeza já deve ter visto exercícios sendo feitos de maneira completamente inadequada, com alguém usando uma carga que não suporta, então o movimento fica comprometido, e o que se vê são movimentos “curtinhos” (repetições parciais), não é mesmo?

Treinar com amplitude total (AT) do movimento promove maior dano muscular quando comparado a amplitudes parciais (AP), e isso esta ligado a ótima resposta de aumento de força e, consequentemente, de hipertrofia (Chen et al., 2007). Esse dano causa uma resposta inflamatória que induz à dor muscular tardia, ao edema muscular, a elevação da concentração de creatina quinase (CK) no sangue. Também gera diminuição da amplitude de movimento e da força muscular, e alteração da curva força-comprimento do músculo, causando a obtenção da força máxima em maiores comprimentos do músculo. Essas alterações podem persistir por até 14 dias (Clarkson et al., 1988). E esses sintomas, ou parte deles, já podem ser observados logo após o termino do treino. O mais conhecido é a dor tardia.

O musculo só se fortalece nos ângulos em que são treinados (Mcnair e Stanley, 1996), logo treinar com AP traz riscos, e ai entra, então, a segurança pois, se esse mesmo músculo for exigido em AT terá grande chance do músculo lesionar ou até se romper, como já pude presenciar ao longo desses 14 anos em sala de musculação.

Treinar com AP te possibilita treinar com CARGAS maiores, mas a que custo? Lembre-se que o músculo não cresce pela carga levantada, mas sim pelo esforço que você exige deles.

Sabe o que fará toda diferença na evolução dos seus treinos, que vai além da carga? Um treinador que entenda a sua necessidade e saiba manipular as variáveis de treinamento em cada fase da sua periodização.

Gostou do texto? Aproveite para marque aquele amigo que só pensa em “ZERAR” as máquinas da academia.

Bons Treinos!

#TreinadorCristianoLeite

FALTA DE SONO PODE PREJUDICAR SEU METABOLISMO

A falta de sono desregula muitas funções do nosso corpo, resultando em alterações desfavoráveis na composição corporal, com ganho de gordura e perda de massa mu...scular. No entanto, os efeitos negativos vão além e podem levar a prejuízos no metabolismo de carboidratos com consequente resistência à insulina. Ou seja, quando você dorme pouco, a insulina não consegue jogar a glicose para dentro da célula, com isso, sua glicemia fica alta. Seu pâncreas acredita que não liberou quantidade suficiente do hormônio e começa a liberar mais. Resultado: você termina com níveis elevados de glicose e insulina. Aí a coisa fica feia, pois a glicose elevada promove alterações negativas em vários tecidos, resultando em maior risco de doenças cardiovasculares, por exemplo. A insulina elevada também tem repercussões ruins, como é caso do aumento do acúmulo de gordura. Aí você entra em um círculo vicioso!
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A solução é simples: dormir! Mas infelizmente nem sempre isso é possível... E aí, haveria como minimizar o problema? Recentemente de Souza et al. (2017), realizaram um estudo interessante (com participação do Murilo Dáttilo) para saber se o HIIT poderia ajudar a combater os males da privação de sono. O estudo envolver 4 situações: noite normal de sono (7-8 horas), 24h de privação de sono, 2 semanas de HIIIT (8-12 tiros de 60s a 100% da intensidade na qual alcançava o VO2máx) seguido de noite normal de sono ou HIIT seguido de 24h sem dormir. Os resultados confirmaram que a noite em claro elevava os níveis sanguíneos de glicose e insulina, além de aumentar as gorduras no sangue. No entanto, a realização do HIIT preveniu que tais alterações ocorressem! Ou seja, o exercício poderia ser uma vacina para as alterações metabólicas da falta de sono.
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Isso não quer dizer que treinando você estará livre de todos os males da privação de sono! No entanto, o estudo mostra que se você pratica atividade física regularmente, é provável que o estrago será menor. Legal, hein? Eu mesmo fiquei feliz em saber isso, especialmente porque o meu sono costuma ser uma bela porcaria, tanto em qualidade quanto em quantidade.
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(Paulo Gentil)

de Souza JFT, Dáttilo M, de Mello MT, Tufik S and Antunes HKM (2017) High-Intensity Interval Training Attenuates Insulin Resistance Induced by Sleep Deprivation in Healthy Males. Front. Physiol. 8:992. doi: 10.3389/fphys.2017.00992