quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

EXERCÍCIO INTENSO X INGESTA DE PROTEINA

EXERCÍCIO INTENSO EXIGE UMA DOSE A MAIS DE PROTEÍNA


Corbis Banco de ImagensCaso queira obter massa e força muscular, você não só deverá se concentrar no levantamento de pesos, mas também, entender os efeitos do que ingere na recuperação de exercícios intensos.
O exercício, somente, não vai levar ao fortalecimento muscular, como também, não vai ajudá-lo a obter massa. Atividades de repetição são o único estímulo capaz de tornar os músculos maiores e mais enrijecidos. Quando você levanta um peso cada vez maior, seus músculos se alongam antes mesmo que comecem a se contrair. Isso rompe a fibra muscular, causando dores no dia seguinte.
O princípio do treinamento esforço-recuperação é tão intenso que você pode aumentar a massa muscular levantando pesos, mesmo que esteja sob dieta. Em um estudo, mulheres obesas, não atletas, foram instruídas a reduzir a alimentação e praticar levantamento de peso. Elas tiveram uma média de 35 libras (17.5 kg) de perda de peso em três meses, aumentando a massa muscular.
O treinamento desportivo é feito através da adoção de exercícios intensos. Em consequência, no dia seguinte, os músculos se apresentam doloridos. Em contrapartida, você poderá desenvolver exercícios mais suaves ou repousar até que a dor desapareça. O aperfeiçoamento adotado nos exercícios intensos leva ao aumento e à restauração da massa muscular, enquanto você se recupera nos dias de atividades mais amenas.
Os cientistas já sabem há muitos anos, que o processo de recuperação pode ser reduzido ingerindo-se carboidrato imediatamente após o término de uma atividade (2). Novos estudos mostram que a ingestão de certa quantidade extra de proteína no dia do treinamento fará com que sua recuperação seja ainda mais rápida, além de reduzir os danos aos músculos durante a atividade(3). Ingerir carboidrato com leucina leva a uma recuperação ainda mais eficaz(4).
A fadiga muscular crônica em atletas está associada a baixos níveis sanguíneos de aminoácidos, os facilitadores de proteínas (1). Quanto mais rápido você ingerir proteínas depois de um exercício intenso, mais rápida a recuperação. Os benefícios de ingerir proteínas logo após exercícios com pesos não se aplica apenas a atletas de elite. Um estudo da Universidade de Arkansas mostra que ingerir porções moderadas de carne ajuda pessoas mais velhas a obter massa muscular, quando elas também fazem exercícios com peso. Os músculos são primariamente feitos de componentes proteicos chamados aminoácidos, que se recuperam de um exercício intenso quando esta proteína e outros nutrientes chegam até a fibra muscular, via corrente sanguínea.
Ingerir alimentos, especialmente proteínas, imediatamente após o término dos exercícios, auxilia na rápida recuperação dos músculos. Esse estudo mostra ainda que homens entre 51 e 69 anos de idade tiveram uma recuperação mais rápida e adquiriram maior massa muscular quando passaram a ingerir carne, do que quando ingeriam apenas produtos lácticos, frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas, sementes e castanhas (5).

Referências:
1) JE Donnelly, T Sharp, J Houmard, MG Carlson, JO Hill, JE Whatley, RG Israel American Journal of Clinical Nutrition OCT 1993;58(4) .
2) KJ Kingsbury, L Kay, M Hjelm. Contrasting plasma free amino acid patterns in elite athletes: association with fatigue and infection. British Journal of Sports Medicine 32: 1 (MAR 1998):25-32.
3) Nancy Rodriquez. The Journal of Nutrition July, 1999.
4) Hayward R et al. Effects of dietary protein on enzyme activity follwoiing exercise-induced muscle injury. Med Sci Sprts Exerc. March, 1999. 31(3):414-420.
5) WW Campbell, ML Barton, D CyrCampbell, SL Davey, JL Beard, G Parise, WJ Evans. Effects of an omnivorous diet compared with a lactoovovegetarian diet on resistance-training-induced changes in body composition and skeletal muscle in older men. American Journal of Clinical Nutrition, 1999, Vol 70, Iss 6, pp 1032-1039.

ALGO SOBRE A NECESSIDADE DE DORMIR BEM

NOITES EM CLARO PODEM LEVAR AO DESENVOLVIMENTO DA OBESIDADE


Uma dieta bem balanceada fornece macronutrientes e micronutrientes para manter as funções do corpo e gerar energia suficiente para executar tarefas diárias. A prática de exercícios físicos regular mantém o tônus muscular, melhora o condicionamento cardiovascular e diminui o estresse. Entretanto, nem dieta, tampouco o exercício, substituem a necessidade de uma boa noite de sono. Sujeitos que se submetem a episódios decorrentes de noites mal dormidas ficam mais vulneráveis a acidentes e se tornam menos produtivos no trabalho (Ohlmann & O'Sullivan 2009).
A importância do sono para a saúde tem sido recentemente reconhecida. O sono é um estado rapidamente reversível de redução da atividade motora e do metabolismo (Siegel 2009). Numerosos fatores endógenos e exógenos influenciam  no descanso, como a duração total e a fragmentação da arquitetura do sono (Everson et al 1989; Everson & Crowley 2004; Koban & Swinson 2005).
Na nossa sociedade atual, torna-se cada vez maior o número de pessoas com distúrbios do sono: restrição ao tempo total, insônia, síndrome das pernas inquietas e apneia obstrutiva são alguns deles. (Mahowald e Schenck, 2005). O efeito acumulativo de noites mal dormidas, associado ou não a esses distúrbios, levam a um grande prejuízo da saúde incluindo aumento no risco de hipertensão, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e câncer (Colten e Altevgot, 2006). A restrição de sono (Patel et al. 2009; Rosa Neto et al., 2010), a apneia obstrutiva (Ryan e McNicholas, 2008) e a insônia (Irwin et al. 2008) produzem efeitos semelhantes, levando  à instalação de inflamação crônica de baixo grau.
Estudos recentes têm demonstrado que esta situação pode ser o gatilho para o desencadeamento da obesidade relacionada aos distúrbios do sono. Diversas pesquisas indicam que os indivíduos que dormem menos têm maior possibilidade de se tornarem obesos, e que o encurtamento do sono aumenta a relação grelina/leptina, gerando o aumento do apetite e da fome. Isto pode estar associado à maior ingestão calórica e ao desencadeamento da obesidade (Crispim et al 2007).
Acerca disto, uma boa noite de sono torna-se fundamental para o controle da massa corporal, estresse, entre outros malefícios. Tais hábitos devem ser incentivados pelos profissionais da área da saúde, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Referências:Ohlmann KK, O'Sullivan MI. The costs of short sleep. AAOHN J. Sep;57(9):381-5; quiz 386-7. Review. 2009.
Everson CA, Bergmann BM, Rechtschaffen A. Sleep deprivation in the rat: III. Total sleep deprivation. Sleep 12:13-21. 1989.
Everson CA, Crowley WR. Reductions in circulating anabolic hormones induced by sustained sleep deprivation in rats. Am J Physiol Endocrinol Metab 286:E1060-70. 2004.
Koban M, Swinson KL. Chronic REM-sleep deprivation of rats elevates metabolic rate and increases UCP1 gene expression in brown adipose tissue. Am J Physiol Endocrinol Metab 289:E68-74. 2005.
Mahowald MW, Schenck CH. Insights from studying human sleep disorders. Nature. Oct 27;437(7063):1279-85. Review. 2005.
Colten HR, Altevogt BM. Institute of Medicine (US) Committee on Sleep Medicine and Research. Sleep Disorders and Sleep Deprivation: An Unmet Public Health Problem. Washington (DC): National Academies Press (US); 2006.
Patel SR. The search for apnea genes. Sleep. Nov 1;32(11):1414-5. 2009.
Rosa Neto JC, Lira FS, Venancio DP, Cunha CA, Oyama LM, Pimentel GD, Tufik S, Oller do Nascimento CM, Santos RVT, de Mello MT. Sleep deprivation affects inflammatory marker expression in adipose tissue. Lipids in Health and Disease 2010, 9:125.
Ryan S, McNicholas WT. Intermittent hypoxia and activation of inflammatory molecular pathways in OSAS. Arch Physiol Biochem. Oct;114(4):261-6. 2008.
Irwin MR, Olmstead R, Motivala SJ. Improving sleep quality in older adults with moderate sleep complaints: A randomized controlled trial of Tai Chi Chih. Sleep. Jul 1;31(7):1001-8. 2008.
Crispim CA, Zalcman I, Dáttilo M, Padilha HG, Tufik S, Mello MT. Relação entre sono e obesidade: uma revisão da literatura. Arq Bras Endocrinol Metab vol.51 no.7 São Paulo Oct. 2007.

LEITE COM ACHOCOLATADO x PERFORMANCE PÓS EXERCICIO

LEITE COM ACHOCOLATADO CONTRIBUI PARA A PERFORMANCE PÓS-EXERCÍCIO

Você é um dos privilegiados que não possui alergias, intolerâncias, dores, acnes, intestino preguiçoso? Então o leite achocolatado pode ser uma ótima opção de alimento para recuperação pós-exercício. Quatro artigos publicados este ano mostraram que o leite achocolatado oferece vantagens quando comparado com bebidas esportivas ricas em carboidratos. Após a malhação existe uma “janela metabólica” importante que não deve ser desperdiçada. Neste período para a melhor recuperação, deve-se ingerir nutrientes necessários como proteínas e carboidratos. As novas pesquisas sugerem que o leite desnatado com achocolatado melhora a retenção de nutrientes no músculo (especialmente glicogênio) e a recuperação após esforço, preparando os músculos para novas sessões de exercício. A bebida também melhorou a síntese muscular em corredores com a vantagem de ser muito mais barata que a maioria dos suplementos. O consumo também diminuiu marcadores de degradação muscular na corrente sanguínea e ainda melhorou a velocidade em ciclistas em treinos com 10 minutos de intervalo. O que há no leite? O carboidrato (lactose), fluidos para a hidratação, potássio, cálcio, magnésio (eletrólitos perdidos no suor) e proteínas de alto valor biológico, incluindo o aminoácido leucina, um dos desencadeadores de reações que levam ao ganho muscular.
Leia mais nos artigos abaixo (em inglês):
- Lunn WR, Colletto MR, Karfonta KE, Anderson JM, Pasiakos SM, Ferrando AA, Wolfe RR, Rodriguez NR. Chocolate milk consumption following endurance exercise affects skeletal muscle protein fractional synthetic rate and intracellular signaling. Medicine & Science in Sports and Exercise. 2010;42:S48.
- Karfonta KE, Lunn WR, Colletto MR, Anderson JM, Rodriguez NR. Chocolate milk enhances glycogen replenishment after endurance exercise in moderately trained males. Medicine & Science in Sports and Exercise. 2010;42:S64.
- Colletto MR, Lunn W, Karfonta K, Anderson J, Rogriguez N. Effects of chocolate milk consumption on leucine kinetics during recovery from endurance exercise. Medicine & Science in Sports and Exercise. 2010;42:S126.
- Ferguson-Stegall L, McCleave E, Doerner PG, Ding Z, Dessard B, Kammer L, Wang B, Liu Y, Ivy J. Effects of chocolate milk supplementation on recovery from cycling exercise and subsequent time trial performance. Medicine & Science in Sports and Exercise. 2010;42:S536.
Andreia Torres
Nutricionista
CRN 1685-1