sábado, 22 de outubro de 2022

EXERCÍCIO REDUZ RISCO DE ALZHEIMER

 Existem evidências isoladas de que o exercício pode ajudar na prevenção da demência, como a Doença de Alzheimer. No entanto, para termos informações mais gerais e precisas seria importante revisar tudo que já foi realizado e estimar o efeito real, por meio da uma meta-análise (lembra da aula sobre como entender artigos no @nerdflix_br ?). E isso foi feito por Isso - Markku et al. (2022), que revisou 58 artigos e mais de 400.000 pessoas acompanhadas por uma média de 12,9 anos.

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Os resultados apontaram que fazer atividade física reduz em 20% o risco de desenvolver demência. Considerando especificamente Alzheimer o risco cai 16% e cai 21% para a demência causada por problemas vasculares. Melhor ainda, havia uma relação de causa e efeito, de modo que uma maior quantidade de atividade física produzia maiores reduções no risco. Os mecanismos por meio do qual isso ocorre ainda estão sendo estudados, mas pode envolver redução na produção de proteínas beta-amiloides, melhora na circulação para o cérebro e aumento da atividade antioxidante e anti-inflamatória.
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Mais uma coisa importante: que isso independe da idade. Ou seja, se você quiser reduzir o risco de demência, comece a fazer atividade física agora! Não importa se você tem 20 ou 80 anos. Então leve essa mensagem para sua vida e a transmita para o máximo de pessoas que puder!
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Convido também a ler o artigo completo no meu grupo do Telegram, você pode entrar pelo link no destaque ou me pedir por Direct. ↗️🌐✅
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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ATLETAS NÃO TEM MAIS RISCO DE PROBLEMAS ARTICULARES - ESPORTE É SAÚDE

 Vez por outra manifesto minha indignação com a frase “esporte não é saúde”. Os estudos são claros em mostrar que, mesmo atletas de alto nível, têm menor risco de morte, de problemas cardiovasculares, de câncer, de diabetes e de diversas outras doenças, quando comparados com outras populações. Inclusive, as evidências mostram que lesões e risco de adoecimento são devido a erros no planejamento e à execução de treinos, e não uma condição inerente ao esporte. Tanto que os atletas que adoecem e se lesionam menos são os que têm mais sucesso. Ou seja, esporte é saúde. O que atrapalha é a ignorância de algumas pessoas.

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Nesse momento, vai ter gente querendo argumentar que conhecem atletas aposentados com problemas de joelho e coluna, por exemplo. Mas nem isso é verdade! Análises com ex-atletas olímpicos lideradas por Debbie Palmer comparam milhares de atletas olímpicos com pessoas da população geral, com média de idade de 44,7 e 40,5 anos, respectivamente. As avaliações envolveram análises de membros inferiores, superiores e da coluna, com destaque para a prevalência de osteoartrite. Os resultados mostram que, no geral, a prevalência de osteoartrite é similar entre ex-atletas olímpicos e a população geral. No entanto, caso os atletas tivessem lesão prévia, o risco aumenta mais do que em não atletas. Ou seja, ser atleta de alto nível não necessariamente aumenta o risco de osteoartrite, mas se houver lesões prévias, o risco se eleva desproporcionalmente.
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A explicação pode estar no fato de que atletas costumam não se recuperar adequadamente e acabam impondo sobrecargas excessivas e antes do tempo indicado. Além disso, pode ter relação com a adoção de maus hábitos após a aposentadoria. E a mensagem que fica é que o problema não é praticar esporte, é praticar esporte de maneira inadequada. Então, repito: esporte é saúde. O problema é a ignorância! 💪🏾🏃🏿‍♀️🚴🏾🏋️‍♀️⛹🏼‍♂️🏊🏻‍♀️🤾
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(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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COMO REDUZIR EM ATÉ 50% SEU RISCO DE MORTE?

 Uma das nossas grandes buscas é viver mais, isso é visto pelos diversos tratamentos e no imaginário, como na fonte da juventude, elixires da vida eterna, busca pela imortalidade etc. Claro que a imortalidade está no campo da ficção, mas há várias coisas que podem aumentar sua probabilidade de ter uma vida mais longa, cientificamente comprovada. E hoje falarei sobre um desses fatores!

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Han et al. (2022) revisaram estudos de coorte para investigar a dose resposta da capacidade cardiorrespiratória no risco de morte por causas gerais, doenças cardiovasculares e câncer. Como falo nas aulas sobre Artigos Científicos no @nerdflix_br (https://nerdflix.paulogentil.com/
), esse é um tipo de estudo que busca verificar o risco de um determinado evento em um grupo definido. Para esclarecer, aptidão cardiorrespiratória normalmente é avaliada por testes com corrida ou bicicleta no qual a pessoa se exercita em intensidade progressiva e se avalia o desempenho. Os dados envolveram 34 estudos e milhões de pessoas, e revelaram que cada ponto de melhora no condicionamento físico reduz em 12% o risco de morrer por causas gerais, 13% por problemas cardiovasculares e 7% de câncer. Quando se compara grupos com diferentes níveis de aptidão cardiorrespiratória, as pessoas com condicionamento alto possuíam 53% menos risco de morrer por causas gerais, 51% de doenças cardiovasculares e 43% de câncer.
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Ou seja, se você começar a treinar e melhorar seu desempenho na corrida, seja por correr mais rápido, seja por ficar menos cansado, seu risco de morte cai absurdamente!! Entenda, baseado em projeções para daqui a até 44 anos, se você se mantiver com condicionamento de risco elevado, você pode reduzir para menos da metade a chance de morrer. Você toma o remédio e reduz para menos da metade a chance de morrer nas próximas décadas. Imagina se um comprido com esse poder fosse vendido por aí? Quem seria doido de não tomar? Pois é, ele existe e pode ser administrado pela atividade física. A questão é: porque apenas uma pequena parcela da população o consome??? E por que os profissionais dessa área insistem que tomar bomba, fazer exercícios malucos e mostrar o corpo são o filé de su

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

SAÚDE É UMA QUESTÃO DE HÁBITOS E NÃO DE GENÉTICA

 Muita gente reclama de ter uma genética ruim e alguns até pagam fortunas para fazer testes genéticos completamente inúteis! Como alguém que estudou genética por muitos anos, posso assegurar que, fora casos raros, o maior determinante de sua saúde são seus hábitos. Como exemplo, vou mostrar um estudo recente feito com gêmeos monozigóticos por Kujala et al. (2022). Esse modelo é muito bom porque compara pessoas com genética idêntica. Ou seja, qualquer diferença é fruto do ambiente, não dos genes.

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O estudo finlandês comparou gêmeos monozigóticos e discordantes para os hábitos de atividade física. Os dois tinham a mesma genética, mas um grupo praticava 3 vezes mais atividade física que o outro. Logo de cara, foi verificado que os mais ativos possuíam maior capacidade cardiorrespiratória, menor circunferência de cintura, menor percentual de gordura, menos gordura visceral e menos gordura no fígado. Então já fica a dica para quem não emagrece e reclama da genética, hein! Além disso, análises de lipídeos no sangue mostraram um perfil mais saudável para os mais ativos, com frações maiores de HDL e menor fração de ApoB:ApoA. Além disso, os mais ativos tinham maior expressão de enzimas centrais para o metabolismo, maior lúmen nas artérias, ossos mais fortes e maior massa cinzenta em algumas regiões do cérebro.
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Veja que a genética é idêntica, mas eles são completamente diferentes em diversos aspectos importantes, como composição corporal, risco cardiometabólicos e até mesmo no cérebro. Portanto, fica aí uma informação importante para que as pessoas comecem a assumir responsabilidade pela sua saúde e deixem de culpar a genética pelos problemas que ela mesmo causou!
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Corram no meu grupo do Telegram para ler o artigo na íntegra! Link nos destaques ou me peçam por Direct.
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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Kujala UM, Leskinen T, Rottensteiner M, Aaltonen S, Ala-Korpela M, Waller K, Kaprio J. Physical activity and health: Findings from Finnish monozygotic twin pairs discordant for physical activity. Scand J Med Sci Sports. 2022 Sep;32(9):1316-1323. doi: 10.1111/sms.14205. Epub 2022 Jul 7. PMID: 35770444; PMCID: PMC9378553.

O QUE É MELHOR PARA HIPERTROFIA : CORRER OU PEDALAR

 Pensando em saúde, é importante trabalhar diferentes componentes da sua aptidão física, com destaque para força e capacidade cardiorrespiratória. Os treinos de força são comumente feitos na musculação, já a capacidade cardiorrespiratória é habitualmente treinada com atividades como ciclismo e corrida. No entanto, para as pessoas que desejam ganhar massa muscular, a combinação de musculação com aeróbios costuma reduzir os resultados. Pensando nisso, uma questão que sempre aparece é: caso meu objetivo seja hipertrofia, seria melhor combinar a musculação com corrida ou ciclismo?

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Uma revisão de literatura de Lundberg et al. (2022) nos trouxe diversas análises interessante e que você também poderá expandir nas aulas sobre treinamento concorrente do @nerdflix_br
(https://nerdflix.paulogentil.com/
). Ao revisar 15 artigos sobre o tema, o primeiro ponto foi que a mistura de aeróbios e musculação realmente parece reduzir os ganhos de massa muscular e isso é especialmente visto nas fibras tipo I (também conhecidas como fibras oxidativas, de resistência, lentas ou vermelhas).
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Os resultados, no entanto, mostraram que a interação parecia ser pior para quem combinava a musculação com a corrida. Os prejuízos nas fibras tipo I e II de quem misturou corrida e musculação foram de -0,81 e -0,6, respectivamente (essa diferença se refere a média ajustada pelo desvio padrão). Já para quem pedalou os prejuízos foram de -0,22 e -0,03, ficando bem longe de serem significativos. O motivo para isso eu já havia adiantado nas aulas do Nerdflix e parece ser o componente excêntrico corrida, que gera lesões e reações antagônicas à hipertrofia. Depois confiram lá as explicações, bem como as informações sobre outros aspectos, com perda de gordura, desempenho etc. 💪🏾🏃🏿‍♀️🏃🏻👊🏼🚴🏾
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Fica aí a dica para que gosta de combinar aeróbio e musculação!

RISCO DE TOMAR ENERGÉTICO ANTES DOS TREINOS

 Confesso que sou um viciado em cafeína. Ela vem principalmente do cafezinho, mas também das bebidas energéticas. Quem assistiu aulas presenciais comigo deve ter me visto bebendo algum dos dois, especialmente após o almoço. Para ser honesto, de vez em quando eu apelo para eles no final da tarde, antes dos treinos. Mas será que isso é realmente seguro?

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Uma revisão de Grinberg et al. (2022) envolveu 21 estudos que avaliaram os efeitos de beber energéticos cafeinados antes dos treinos em parâmetros cardiovasculares. Os achados apontaram que a ingestão dos energéticos resultava em elevação da frequência cardíaca e da pressão sistólica durante os exercícios, quando comparado com uma situação controle. Interessante destacar que os estudos envolviam pessoas jovens (19 a 33 anos), a maior parte treinados e a quantidade média de cafeína não foi alta (174mg), o que dá 2 cafezinhos ou 500ml de bebidas comerciais, tipo Red Bull.
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Percebam que, mesmo em pessoas jovens e treinadas, e ingerindo doses baixas havia um aumento na sobrecarga cardiovascular com a ingestão dessas bebidas. Portanto, é importante ter cautela quanto à ingestão dessas bebidas por pessoas com cardiopatias, idosos e sedentários, já que suas respostas podem ser exacerbadas e haver o risco de algum evento durante o treino.
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Seguindo orientações do meu nutri @felipenassau, venho tentando diminuir a cafeína. Confesso que a tarefa é difícil, pois abandoná-la de uma vez gera vários sintomas ruins, como dores de cabeça, irritação etc. Mas sei que será melhor no médio a longo prazo. Fica aí o recado para todos! Caso esteja sentindo cansaço ou desânimo, tente melhorar seu sono, dose de treino e recuperação em vez de apelar para os energéticos, beleza? ⚠️⚠️⚠️
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(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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Ana Paula Moura