sexta-feira, 24 de maio de 2019

EXERCICIO INTENSO PODE AJUDAR O CEREBRO APOS DERRAME

O exercício ajuda na recuperação do cérebro após derrames, o que pode ser devido a liberação de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro, uma proteína que ajuda na sobrevivência e na gênese de neurônios). No entanto, ainda se sabe pouco sobre quais protocolos de exercício seriam melhores para esses casos. Para ajudar no desenvolvimento da área, Boyne et al. (2019) testaram os efeitos de dois diferentes tipos de treino em 16 pacientes que haviam sofrido um derrame: HIIT (na esteira ou step): 30 segundos de tiro na esteira máxima velocidade (ou esforço) com 30-60 segundos de descanso passivo; contínuo feito a 45% da frequência cardíaca de reserva (esteira ou step). Os resultados revelaram que os aumentos de BDNF foram maiores para os grupos que fizeram HIIT, além de também haver maior excitabilidade corticoespinhal, o que pode estar associado com aprendizagem motora. Interessantemente, os aumentos de BDNF foram associados com a intensidade (lactato, VO2, FC...) e com o tempo que se passa em alta intensidade, mas não com o tempo que se passa em intensidade moderada.
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Esses achados reforçam que o exercício pode ter um importante papel na reabilitação de pessoas que passaram por derrame e nos revela que a intensidade parece ser um fator importante, o que desafia a visão popular de que os trabalhos deveriam ser apenas contínuos e em baixa intensidade. Mas é importante destacar que duas pessoas que fizeram HIIT tiveram hipotensão, com proximidade de desmaio, devido à má alimentação e desidratação, o que revela a importância de cuidar desses fatores nos praticantes.
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Por mim, é preciso saber dosar bem a intensidade, para que seu remédio não seja se veneno! Pelo que temos estudado, os modelos de HIIT curto (tiros submáximos de menos de 1 minuto) parecem ser especialmente recomendados, por serem mais seguros em termos cardiovasculares e permitirem o trabalho mecânico de alta intensidade (Naves et al., 2019). Confiram as aulas sobre HIIT em www.aulas.paulogentil.com para verem como, quando e por que usar cada tipo de variação! Esse é um tipo de informação que merece ser divulgado para que todos entendam o verdadeiro valor do exercício!
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com)
Boyne P, Meyrose C, Westover J, Whitesel D, Hatter K, Reisman DS, Cunningham D, Carl D, Jansen C, Khoury JC, Gerson M, Kissela B, Dunning K. Exercise intensity affects acute neurotrophic and neurophysiological responses poststroke. J Appl Physiol (1985). 2019 Feb 1;126(2):431-443. doi: 10.1152/japplphysiol.00594.2018. Epub 2018 Dec 20.
Naves JPA, Rebelo ACS, Silva LRBE, Silva MS, Ramirez-Campillo R, Ramírez-Vélez R, Gentil P. Cardiorespiratory and perceptual responses of two interval training and a continuous training protocol in healthy young men. Eur J Sport Sci. 2018 Nov 29:1-8. doi: 10.1080/17461391.2018.1548650. [Epub ahead of print]

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