sexta-feira, 26 de julho de 2019

ESTEATOSE HEPATICA

A esteatose hepática é caracterizada pelo excesso de gordura no fígado. Estima-se que 25% das pessoas tenham o problema, com maior incidência nas com diabetes eobesidade. Além de comum, ela é grave, pode evoluir para fibrose, cirrose e carcinoma. Hoje a esteatose é a segunda principal causa de transplante de fígado e estima-se que em breve será a primeira. Olhando assim, podemos nos questionar, como algo tão grave e tão comum ainda é relativamente desconhecido? Talvez porque não seja comum pedir as avaliações de imagem e acabemos nos prendendo a pontos mais “populares” associadas ao problema, como colesterol, glicemia ou gordura abdominal. Mas fica claro que precisamos nos informar!
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Até onde se sabe, não há nenhum medicamento que possa agir diretamente no problema. Portanto, muita ênfase deve ser dada aos fatores comportamentais, como alimentação e exercícios. Nesse sentido, Osaka et al. (2018) acompanharam mais de 1.000 pessoas com esteatose por 10 anos que, periodicamente, recebiam aconselhamento sobre mudanças no estilo de vida e viram que quase metade foi curado em menos de 10 anos. Para melhorar, fazer exercício pelo menos uma vez por semana foi associado a 46% mais chance de curar o problema nos homens. E isso é confirmado por revisões e meta-análises nas quais se mostra que exercício reduz, em média, 30% da gordura do fígado em curto a média prazo! Se fizer dieta junto, a perda aumenta para 50% (Golabi et al., 2016; Katsagoni et al., 2017). Ou seja, é possível perder de um terço a metade da gordura do fígado rapidamente, apenas melhorando seus hábitos!
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Esteatose é um exemplo clássico da importância de uma abordagem multidisciplinar. Além do papel do profissional de Educação Física e Nutricionista, não podemos esquecer que o médico é essencial, pois muitos pacientes precisarão de remédio para controlar fatores de risco cardiometabólicos, especialmente nas fases iniciais. Além disso, muitas vezes será necessário um suporte de Psicólogos (nada a ver com a bosta de coaching, por favor) para efetivar mudanças. Para quem quiser saber mais, tem aula sobre o tema em www.aulas.paulogentil.com. Confere lá!
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(Paulo Gentil - www.PauloGentil.com)
Golabi et al. (2016). Effectiveness of exercise in hepatic fat mobilization in non-alcoholic fatty liver disease - Systematic review. World J Gastroenterol. 2016 Jul
21;22(27):6318-27. doi: 10.3748/wjg.v22.i27.6318.
Katsagoni et al. (2017). Effects of lifestyle interventions on clinical characteristics of patients with non-alcoholic fatty liver disease: a meta-analysis. Metabolism. 2017 Mar;68:119-132. doi: 10.1016/j.metabol.2016.12.006
Osaka et al. (2018). Nonalcoholic fatty liver disease remission in men through regular exercise. J Clin Biochem Nutr. 2018 May;62(3):242-246. doi: 10.3164/jcbn.17-115.

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