quinta-feira, 1 de abril de 2021

EXERCÍCIO , INFLAMAÇÃO E COVID -19

 A inflamação crônica está associada ao desenvolvimento e progressão de diversas doenças (como diabetes, câncer, demência, doenças cardiovasculares e pulmonares) e com o envelhecimento. Na primeira aula sobre Exercícios para quem teve COVID-19, por exemplo, o @dancsota86 mostrou que a evolução da doença tem muita associação com o quadro inflamatório (confere lá no Nerdflix, link no perfil)! Portanto, agora, mais do que nunca, é bom saber como controlar um quadro inflamatório.

.
E aqui, mais uma vez, o exercício aparece como um agente importante, já que a prática de atividade física está associada com reduções no quadro inflamatório nos mais diversos grupos, como pessoas idosas e portadores de doenças crônicas. Mas aí fica a questão: como fazer o exercício para ter melhores resultados? Para responder a questão, Rose et al. (2021) realizaram uma revisão sistemática com meta-análise de 27 artigos que compararam diferentes intensidade de exercício, totalizando 1.323 pessoas, muitos idosos ou com doenças crônicas. Os treinos intensos normalmente envolviam intervalados, enquanto os moderados evolviam contínuo. Os resultados revelaram que, no geral, todos os tipos de exercício melhorar o perfil inflamatório, sem diferença entre os protocolos. No entanto, as análises separadas por faixas etárias mostraram que, para pessoas de meia idade, os treinos mais intensos promoviam maior efeito anti-inflamatório. Quando se levava em consideração os estudos com >9 semanas de duração, os exercícios intensos também vantagens para todos as idades.
.
Agora vão as observações práticas. A primeira é que o exercício sempre vai ser bom para a inflamação, portanto não fique parado. Isso vale para quem teve COVID-19, conforme falamos nas aulas do #Nerdflix. Os exercícios mais intensos parecem trazer vantagens para pessoas de meia idade no longo prazo, mas aí você precisa pesar o custo-benefício. Por exemplo, nas aulas de imunidade e de COVID-19, mostramos que o impacto agudo de intensidades altas pode não ser interessante para pessoas imunossuprimidas ou com comprometimento respiratório. Aí a solução é adaptar o treino às possibilidades. Mas, repetindo, FICAR PARADO JAMAIS!
.
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
)
Rose GL, Skinner TL, Mielke GI, Schaumberg MA. The effect of exercise intensity on chronic inflammation: A systematic review and meta-analysis. J Sci Med Sport. 2021 Apr;24(4):345-351. doi: 10.1016/j.jsams.2020.10.004. Epub 2020 Oct 23. PMID: 33153926.

Nenhum comentário:

Postar um comentário