sexta-feira, 15 de julho de 2016

UNILATERAL X BILATERAL, QUAL O MELHOR?

Paulo Gentil
9 h
Já falei por diversas vezes e vou repetir: considero o grupo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dos professores Ronei Pinto e Eduardo Cadore, um dos ...melhores grupos do Mundo de treinamento resistido. Seus estudos são limpos, bem-feitos e respondem perguntas extremamente práticas! Um exemplo está em estudo recente que buscou comparar os efeitos dos treinos unilateral e bi-lateral em ganhos de força e massa muscular. O fenômeno do déficit bilateral diz que a soma das forças produzidas nos exercícios unilaterais será maior que a força produzida no exercício bilateral (por exemplo, se você somar a carga que usa com cada perna na extensora, o valor será maior do que se fizesse as duas ao mesmo tempo). Por conta disso, muita gente acredita que fazer exercícios unilaterais traria mais resultados, já que se treina com mais peso. Para responder a pergunta, o estudo de Botton et al. (2016) envolveu 43 mulheres não treinadas que realizaram duas sessões semanais de musculação por 12 semanas. As participantes realizavam o mesmo treino, sendo que a única diferença é que uma parte delas realizava a cadeira extensora com as duas pernas simultaneamente enquanto a outra fazia com uma perna de cada vez.
De acordo com os resultados, ambos os grupos tiveram os mesmos ganhos nos testes bilaterais, mas quem treinou unilateral teve melhores resultados nos testes unilaterais. A análise da atividade eletromiográfica sugeriu que tal diferença pode ser devido à adaptação neural, com maior incremento na ativação para o grupo que treinou unilateral. Agora, provavelmente o que todos estavam ansiosos por saber: os ganhos de massa muscular não foram diferentes entre os grupos! Ou seja, treinar unilateral traz mais adaptações de performance unilateral devido à especificidade, no entanto, os ganhos de massa muscular são os mesmos. Desse modo, a escolha entre exercícios bi e unilaterais vai depender mais de aspectos práticos, como o caso de haver grande diferença de força entre os lados; o praticante ser tão forte que a carga é insuficiente para o treino bilateral; promover variações de treino, etc.
Sim, nesse momento muita gente pode estar se perguntando sobre assimetrias. Mas deixarei para responde isso semana que vem, ok? Agora estou em Salvador me preparando para o Simpósio de amanhã! Quem não se inscreveu, ainda dá tempo (mila.pilates@gmail.com / www.affisioterapia.com.br/cursos/)
(Paulo Gentil)
Botton CE, Radaelli R, Wilhelm EN, Rech A, Brown LE, Pinto RS. Neuromuscular Adaptations to Unilateral vs. Bilateral Strength Training in Women. J Strength Cond Res. 2016 Jul;30(7):1924-32.

Nenhum comentário:

Postar um comentário