quinta-feira, 10 de março de 2016

SEXO FRAGIL

Conduzi estudos especificamente com mulheres por aproximadamente 3 anos. Fiz isso porque a maior parte dos estudos é focado em homens e, mesmo quando mulheres são analisadas, pouco se preocupa com suas particularidades. Já falei aqui que devido à maior proporção de receptores androgênicos na parte superior do corpo, as mulheres dificilmente alcançarão a mesma massa muscular que homens nessa região..., a menos que façam uso de esteroides anabólicos androgênicos. Ou, como é mais chique, façam modulação a base de derivados de testosterona. Ou, no popular, tomem bomba!

No entanto, uma questão que é cercada de mal entendidos é se a capacidade das mulheres ganharem força nos membros superiores seria comparável à dos homens, pois muitos acham que há algum tipo de limitação nesse sentido. Para sanar a questão, nosso grupo aplicou o mesmo treino em quase 100 jovens de ambos os sexos e avaliamos o torque de flexão de cotovelo no dinamômetro isocinético. De acordo com os resultados, as mulheres começaram o estudo com quase metade da força dos homens, no entanto, o ganho em ambos os sexos foi igual, de aproximadamente 11%! Ou seja, mulheres partem de valores iniciais menores que homens, mas têm a mesma capacidade de ganhar força!

Então, do ponto de vista fisiológico, a “fragilidade” feminina seria mais um aspecto cultural do que científico. Agora, se o conceito de “frágil” estiver associado à delicadeza das suas formas e gestos, eu o defenderia com veemência. Aliás, são essas características peculiares e únicas nos fazem querer protege-las e admira-las ao ponto de se criar um dia especialmente para lembrarmos delas! Por falar nisso, meus parabéns a todas as mulheres que sabem combinar força e fragilidade, num conjunto paradoxal e perfeito que fazem o Mundo ter sentido e beleza.

Esse sábado, dia 12/3 estarei em Florianópolis tratando especificamente de Mulheres, Idosos e Crianças (info no www.c2fit.com.br). Para quem desejar, o estudo foi publicado em um periódico de acesso aberto e também pode ser lido no meu perfil do Research Gate (https://www.researchgate.net/profile/Paulo_Gentil)

(Paulo Gentil)

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