sexta-feira, 16 de junho de 2023

PERDER PESO RAPIDO ACABA COM SEU METABOLISMO

 Isola et al. (2023) estudaram competidores naturais de fitness/fisiculturismo, sendo que uma parte estava em um processo de perda de peso e outros estavam em suas rotinas normais. O acompanhamento foi de 46 semanas, sendo 23 para perda de peso e 23 para a recuperação. Sobre as estratégias nutricionais, homens e mulheres reduziram a ingestão calórica em 1248,8 e 889,2kcal, correspondendo a 34 e 38% menos calorias do que ingeriam habitualmente, com corte nos carboidratos e proteínas. Sobre o treino, a musculação se manteve inalterada e houve aumento de mais de 100% do volume de exercícios aeróbios. Como resultados, o percentual de gordura dos homens foi de 15,7 para 5,6% e nas mulheres de 26,1 para 12,6%, junto com uma perda de massa muscular que, pela análise do gráfico, chegou a passar dos 10%. Até aí, está tudo conforme esperado...

No entanto, houve redução no metabolismo de repouso, mesmo quando ajustado pela massa magra. Essa redução leva à dificuldade na perda de peso e propensão ao ganho de gordura, sugerindo que o corpo reagiu negativamente à perda de peso. Outros sinais dessa reação foram a redução no hormônio da tireoide e na leptina (que inibe a fome), e aumento da grelina (que aumenta o apetite).
Assim, o estudo reforça que processos rápidos e agressivos de perda de peso podem funcionar no curto prazo, mas não são sustentáveis. Para piorar, as evidências mostram que esse perde e ganha está associado ao aumento da mortalidade, problemas de saúde no metabolismo.
Portanto, que fique a mensagem de que emagrecer deve envolver mudanças comportamentais sustentáveis que preservem a sua saúde e seu metabolismo. Conforme falo no meu livro “Emagrecimento: quebrando mitos e mudando paradigmas” isso costuma ser conseguido com mudanças qualitativas, melhorando a alimentação e conduzindo treinos mais eficientes, em vez de comer menos e treinar com mais quantidade!

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