sexta-feira, 3 de julho de 2020

EXERCICIO FISICO COM MASCARAS-FISIOLOGIA

(texto com
Claudio Lira
) Com as medidas de segurança muitas pessoas estão se perguntando sobre o uso das máscaras durante exercício físico. Inicialmente, é importante deixar claro que o uso de máscaras é uma importante medida para conter a disseminação do vírus e, portanto, isso não será questionado, ok?
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Especificamente sobre as máscaras de proteção, as evidências mostram que há redução na capacidade de trabalho devido a alterações cardiovasculares, respiratórias e térmicas (Johsnson, 2016). Apesar de pouco comentada, a questão térmica é relevante, já que o aumento da temperatura na face gera desconforto e há sugestões de hipertermia já a 50% VO2max. Além disso, há o desconforto pela sudorese amentada. A resistência inspiratória devido à barreira física imposta pela máscara aumenta a participação do metabolismo anaeróbio e induzir fadiga precoce, especialmente em atividades prolongadas ou intensas. No entanto, o acúmulo de gás carbônico (CO2) e redução da disponibilidade de oxigênio (O2) parecem ser os maiores problemas.
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Apesar das quedas de desempenho serem mais evidentes em intensidades mais altas, especialmente quando se excede o ponto de compensação respiratória, as alterações já são visíveis em intensidade baixas. Por exemplo, um estudo com a máscara N95 (com ou sem válvulas expiratórias), Roberge et al. (2010) reportaram que não houve mudanças nas respostas fisiológicas ou na percepção de esforço em 1h de caminhada a 4km/h. No entanto, os níveis de CO2 foram maiores e os de O2 foram menores que o recomendado. Nesse sentido, Davis et al. (2020) citam que, a 2 MET, a concentração de CO2 no ar inspirado sobe para 2-3% (normal de 0,04%) e a concentração de oxigênio inspirado cai para 17% (normal de 21%). Isso pode gerar acidose com consequentes alterações na respiração, além de fadiga e tontura.
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Vale lembrar que o CO2 tem efeito psicoativo e pode causar desconforto e reduzir a capacidade de trabalho mesmo em atividade de baixa intensidade, inclusive há pessoas que a sentem mesmo sem atividade.
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