sábado, 13 de abril de 2019

OBESIDADE INFANTIL

O excesso de peso infantil cresce no mundo todo, inclusive no Brasil (NCD, 2017). Isso está associado a problemas graves, com aumento de até 8 vezes na prevalência de hipertensão e dislipidemias e jovens apresentam quadros que só eram esperados na idade adulta. A diabetes tipo 2 já é um problema de saúde pública entre crianças de 6 anos! Crianças obesas já apresentam sinais de aterosclerose! O risco de depressão é cerca de 40% maior nas crianças acima do peso!! E os problemas seguem para fase adulta, já que uma criança obesa chega a ter 80% de chance de ser um adulto obeso e o IMC nessa fase é um preditor de infarto na idade adulta.
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Sobre as causas, essas crianças raramente têm problemas hormonais ou genéticos. Portanto, o problema é comportamental na maior parte dos casos. Para ser mais claro, as crianças estão adoecendo devido aos maus hábitos. As soluções são fáceis falar, mas difíceis implementar: melhores hábitos alimentares e atividades físicas.
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No campo do exercício, precisamos entender que crianças espontaneamente optam por atividades intermitentes e de curta duração (lembra que muitas das nossas brincadeiras se chamavam “pique”?),o que parece tornar o treino intervalado uma boa opção! De fato, há evidências de que ele seja mais eficiente que outras formas de exercício na melhora do risco metabólico e capacidade física em crianças obesas (García-Hermoso et al., 2016). Entretanto, apesar de animadores, os resultados são heterogêneos (Thivel et al., 2019). O desafio não é saber “se” deve fazer, mas “como” fazer, especialmente em adaptar os modelos existentes às particularidades das crianças com o propósito de fornecer algo eficiente, seguro e, principalmente, prazeroso! Algumas propostas interessantes envolvem uso de esportes, treinos curtos, modalidades auto selecionadas, uso nas escolas, etc.
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Precisamos nos mexer, pois o problema coloca em risco uma geração! Esse tema é abordado detalhadamente na aula dessa semana (www.aulas.paulogentil.com), onde eu trago informações essenciais que ajudarão a compreender e trabalhar com esse público! Confiram lá!
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com)
García-Hermoso et al. (2016). Is high-intensity interval training more effective on improving cardiometabolic risk and aerobic capacity than other forms of exercise in overweight and obese youth? A meta-analysis. Obes Rev. 2016 Jun;17(6):531-40. doi: 10.1111/obr.12395. Epub 2016 Mar 7.
NCD (2017). Worldwide trends in body-mass index, underweight, overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based measurement studies in 128·9 million children, adolescents, and adults. Lancet. 2017 Dec 16;390(10113):2627-2642. doi: 10.1016/S0140-6736(17)32129-3. Epub 2017 Oct 10.
Thivel et al. (2019). High-intensity interval training in overweight and obese children and adolescents: systematic review and meta-analysis. J Sports Med Phys Fitness. 2019 Feb;59(2):310-324. doi: 10.23736/S0022-4707.18.08075-1. Epub 2018 Mar 27.

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