Às vezes o conhecimento popular acerta. Como no caso do café da manhã.
No primeiro, 93 mulheres com obesidade/sobrepeso, mas metabolicamente saudáveis, passaram por 12 semanas de dieta de 1.400kcal, mas feita de 2 formas: calorias concentradas no café da manhã (700kcal no café, 500 no almoço e 200 na janta) ou na janta (200, 500 e 700kcal, respectivamente). As dietas tinham a mesma composição, variando apenas no quanto se comia a cada refeição. Ao final, o grupo que comeu mais no café perdeu 11% de peso e reduziu em 7,9% a cintura, mais que o dobro dos 4% de peso e 3,2% de cintura perdidos por quem comeu pouco de manhã. Além disso, o grupo que comeu mais de manhã teve mais benefícios na pressão arterial, metabolismo de glicose, triglicerídios e colesterol. Só para ter ideia, as melhoras na sensibilidade à insulina foram quase o triplo para quem caprichou no café da manhã.
E isso dá o gancho para o outro estudo, feito em 22 diabéticos. Agora, a mesma pessoa era testada nas duas situações, fazendo 7 dias de dieta com café reforçado (700, 600 e 200kcal no café, almoço e janta) ou pobre (200, 600 e 700kcal). Ao longo do dia, os níveis de glicose foram 20% menores para quem tomou café da manhã, além de maiores níveis de GLP-1 (aquela substância copiada pelo Victoza, Saxenda, Ozempic, etc. que falei na aula sobre remédios para emagrecer). Ou seja, comer de manhã realmente faz muito bem para emagrecer e melhorar a saúde cardiometabólica.Agora, pense aí!
Quantas pessoas você conhecem que pulam o café da manhã ou o negligenciam, tipo as que tomam só um café ou um biscoitinho? Sei que muita gente acha difícil comer ou se organizar, mas aí é uma questão de pensar o que é importante para você.
doi: 10.1002/oby.20460
doi: 10.1007/s00125-015-3524-9
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