quinta-feira, 27 de agosto de 2020

CADEIRA ABDUTORA, VALE A PENA?

 O post sobre cadeira adutora gerou muitas reflexões e dúvidas. Inclusive, muitos questionaram sobre o movimento inverso, a abdutora. Vamos lá!

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1) Movimento “corretivo”.
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Está havendo um fenômeno preocupante de charlatanismo na Educação Física! As pessoas inventam testes para achar problemas fictícios e venderem terapias ineficientes e desnecessárias. Caso clássico são os exercícios “corretivos”! Mas entendam que, se alguém nunca fez um exercício na vida, existe uma grande probabilidade do movimento não ser bem feito. Mas a questão é: o problema é técnica de execução ou desequilíbrio muscular? Por exemplo, Dawson & Herrington (2015) compararam os efeitos de fazer movimentos de fortalecimento isolados ou simplesmente ensinar o exercício (no caso, o afundo) e verificou que o valgo dinâmico e avanço do joelho melhoram igual, mas a qualidade geral do movimento melhorava mais para quem simplesmente era ensinado a fazer direito. Ou seja, parem de bobagem e ensinem a droga do exercício!
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2) Reabilitação.
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Aqui eu não entro muito, mas adianto que temos alguns dos maiores nomes do Mundo na área que nos mostram que em casos de síndrome patelofemoral pode ser interessante fortalecer essa região (@drthiagofukuda @paulolucareli @nayra_rabelo @joelhoemevidencia ). No entanto, há algumas questões: será que é preciso fazer exercício isolados? Será que a fraqueza é causa ou consequência? Será que na cadeira abdutora há trabalho de abdutores ou rotadores? No final das contas, a cadeira abdutora não parece ser necessária nem aqui!
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3) Estética.
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Aí a coisa desanda! Essa musculatura tem uma participação relativamente pequena na aparência. Sobre hipertrofia, recomendo o vídeo no YouTube em que falo sobre as mentiras da depressão trocantérica. Sobre perda de gordura, a gordura dessa região não sai com exercícios localizados e é muito resistente. Mesmo diante de dietas e exercícios ela costuma ir embora mais devagar que as demais. Aqui é pura perda de tempo!
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4) Conclusão.
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A esmagadora maioria das pessoas não precisa fazer esse exercício. Mas cada um sabe as lágrimas que deseja despejar e o tempo que quer perder! E o profissional... bem ele precisa estudar!
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(Paulo Gentil – www.paulogentil.com)
Dawson & Herrington (2015). Improving Single-Legged-Squat Performance: Comparing 2 Training Methods With Potential Implications for Injury Prevention. J Athl Train. 2015;50(9):921‐929. doi:10.4085/1062-6050-50.9.03

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