sexta-feira, 11 de maio de 2018

TREINAR MAXIMO, SIM OU NAO?

Não existe controvérsia sobre treinar ou não até falha, o que existe são diferentes empregos e perspectivas, como os trazidos por grandes pesquisadores, como Mi...kel Izquierdo e Eduardo Cadore. Em estudo clássico sobre o tema (Izquierdo et al., 2006), jogadores de pelota basca foram divididos em 3 grupos: treino de força até a falha, treno submáximo ou controle (sem treino de força). Para equiparar o volume (séries x repetições x carga), o treino até falha envolvia menos séries e mais repetições (3x10) que o treino submáximo (6x5). Após 11 semanas, não houve diferenças entre os grupos para os ganhos de força e potência muscular tanto em membros superiores quanto inferiores, no entanto, o treino até a falha gerou maiores ganhos de resistência. Terminadas as 11 semanas, os dois grupos fizeram o mesmo treino de potência por 5 semanas, ou seja, não houve mais máximo vs. submáximo. Nesse período, apenas o grupo que havia treinado submáximo ganhou potência nos membros inferiores. Em compensação apenas o grupo que havia treinado até a falha emagreceu e ganhou resistência nos membros superiores.
O que o estudo nos diz? Que 3 séries máximas trazem resultados similares a 6 submáximas para ganhos de força e potência, mas ganha-se mais resistência. Posteriormente, o treino até falha favorece o emagrecimento, mas parece prejudicar a continuidade dos ganhos de potência dos membros superiores. A provável explicação é que o treino máximo, associado ao ritmo puxado de treino (4 treinos mais uma competição por semana), pode ter sido excessivo, conforme sugerem os resultados hormonais.
Então, qual a vantagem de treinar até a falha? Treinos mais curtos. Desvantagem? Desgaste mais alto, o que pode interferir em outras atividades ou desenvolvimento de habilidades específicas. Ou seja, se aplica bem para quem busca resultados em menos tempo, mas pode não ser uma boa ideia para atletas cujo treino de força é um suporte para sua modalidade específica. Há contradições? Não! Apenas aplicações diferentes do conhecimento.
Lembrando que Mikel Izquierdo estará em Brasília 5 de maio, para o Simpósio Internacional de Brasília (informações com Instituto Cefisa / (016) 98116-4565.
(Paulo Gentil)
Izquierdo M, Ibañez J, González-Badillo JJ, Häkkinen K, Ratamess NA, Kraemer WJ, French DN, Eslava J, Altadill A, Asiain X, Gorostiaga EM. Differential effects of strength training leading to failure versus not to failure on hormonal responses, strength, and muscle power gains. J Appl Physiol (1985). 2006 May;100(5):1647-56

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