quinta-feira, 2 de junho de 2022

TREINOS METABÓLICOS X TREINOS TENSIONAIS

 Recebo muitas perguntas do pessoal sobre quais seriam as diferenças no planejamento de treinos metabólicos e tensionais. Para entender melhor a questão, é importante compreender quais as implicações de se trabalhar com diferentes orientações. Uma das principais diferenças entre eles, é que os treinos metabólicos, no geral, usam menos cargas e mais repetições. Por outro lado, os tensionais usam mais cargas e menos repetições. Partindo disso, um estudo de Marshall et al. (2022) pode nos dar alguns insights. Nele, se avaliou a fatigabilidade em treinos máximos com cargas leves (50%) ou altas (>80%). Imediatamente após a sessão, a queda na taxa de desenvolvimento de força foi mais que o dobro para treinos com cargas leves, que também levaram a maiores reduções na contratilidade. Por outro lado, as cargas altas levaram a maiores declínios na ativação muscular. Aparentemente uma coisa compensou a outra, já que as reduções na força máxima foram similares para os grupos.

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O estudo reforça alguns pontos que trago nas aulas do @nerdflix_br, como o fato de haver queda de desempenho quando se treina o máximo (ou mesmo perto do máximo). Assim, se você está conseguindo fazer 3 séries com a mesma carga e mesma quantidade de repetições, pode ter certeza que a intensidade está baixa. Também há informações relevantes para quem deseja manter a produção de força e potência, já que tais pessoas não deveriam treinar até a falha. Infelizmente, os métodos tiveram características que não permitem algumas informações práticas, já que não havia ajuste de carga e ao final, a quantidade de repetições realizadas com cargas baixas ficou muito reduzida (~5 na última série). No entanto, foi interessante perceber a grande fadiga acumulada ao longo do treino com cargas leves, outro ponto que destaco nas aulas.
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Então, pessoal, a recomendação que fica desse estudo é que, se você não está reduzindo o desempenho no seu treino, ele é bem fofo! Outro ponto é que, ao fazer treinos com cargas mais leves (como nos treinos metabólicos), você precisa ficar atento aos ajustes de carga, para que a quantidade de repetições não caia muito.
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
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Marshall, P.W., Forward, T. & Enoka, R.M. Fatigability of the knee extensors following high- and low-load resistance exercise sessions in trained men. Eur J Appl Physiol 122, 245–254 (2022). https://doi.org/10.1007/s00421-021-04832-z

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