domingo, 20 de outubro de 2019

EXERCICIO TRATANDO ESCLEROSE MULTIPLA

A esclerose múltipla é caracterizada pela destruição de neurônios por células imunes. Com isso, podem ocorrer distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo, com perda de funções e sentidos, como visão e coordenação motora e aumento da dor e fadiga. Essa é uma doença crônica bem complexa e difícil de ser tratada. Alguns indivíduos podem não apresentar sintomas por quase toda a vida, enquanto outros têm sintomas graves e permanentes. Entre as várias formas de tratamento e controle de sintomas está a prática de exercícios, o que é em geral feito por meio de uma abordagem conservadora, como os exercícios de intensidade moderada a baixa. Um exemplo disso, é o estudo de Orban et al. (2019) no qual pacientes com esclerose múltipla foram divididos em um grupo que realizou sessões de 30 minutos de exercício aeróbio a 70% da frequência cardíaca máxima e outro que permaneceu sem atividade física. As sessões foram realizadas 4xsemana por 8 semanas. Ao final, houve um aumento médio de 12,9% no consumo máximo de oxigênio, com aumento de 28% na capacidade de realizar trabalho e de 20,5% no tempo que conseguiam permanecer no teste. Além disso, houve perda de 5.8% de gordura e ganho de 2,6% de massa magra. Sobre aspectos específicos da doença, houve 15,1% de melhoras na performance cognitiva e uma redução no escore de fadiga cognitiva de 26%! Ou seja, traz benefícios em vários campos que são prejudicados pela doença.
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A abordagem mais conservadora costuma ser usada porque o aumento de temperatura pode ser um fator desencadeador dos sintomas. No entanto, Hubbard et al. (2019) usaram HIIT em pessoas com esclerose múltipla e limitações motoras e verificaram que havia elevado estímulo para o sistema cardiorrespiratório sem efeitos deletérios na temperatura central. Quem sabe em breve não teremos novidades com outros modelos de exercícios para esse público, incluindo o HIIT?
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Mas a mensagem que fica para agora é o exercício é muito importante para esse público, já que, sem ele, os sintomas e perdas funcionais podem ocorrer mais rápido e em maior magnitude!
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com)
Hubbard EA, Motl RW, Fernhall BO. Acute High-Intensity Interval Exercise in Multiple Sclerosis with Mobility Disability. Med Sci Sports Exerc. 2019 May;51(5):858-867. doi: 10.1249/MSS.0000000000001866.
Orban A, Garg B, Sammi MK, Bourdette DN, Rooney WD, Kuehl K, Spain RI. Effect of High-Intensity Exercise on Multiple Sclerosis Function and Phosphorous Magnetic Resonance Spectroscopy Outcomes. Med Sci Sports Exerc. 2019 Jul;51(7):1380-1386. doi: 10.1249/MSS.0000000000001914.

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