sábado, 25 de abril de 2015

DICA PARA TER MELHORES RESULTADOS

Ainda há uma forte crença que a intensidade seria relacionada à carga utilizada e muita gente acaba sacrificando muita coisa entre troca de se pegar mais peso, ...principalmente a amplitude de movimento, aí dá-lhe barra de supino que não toca o peito, leg press até 90 graus (ou menos), puxadas nas quais o braço não estende... No entanto, é importante ressaltar que o nosso músculo não vê a carga, ele interpreta o sinal fisiológico. Nesse sentido, o sinal fisiológico da amplitude tem se mostrado essencial, especialmente para estímulos tensionais.
Se pensarmos em microlesões, por exemplo, que são um importante sinalizador de hipertrofia, veremos que encurtar o movimento pode não ser uma boa ideia. Um estudo publicado por Nosaka & Sakamoto, procurou avaliar a incidência de dano muscular em um braço que fazia a flexão de cotovelo na posição alongada (100 a 180 graus) e outro na posição encurtada (50 a 130 graus). De acordo com os resultados, o braço que trabalhou "esmagando" até conseguiu fazer mais força, no entanto, a incidência de microlesões foi muito, mas muito, maior para o lado que trabalhou próximo ao alongamento.
Vale lembrar que músculo encurtado é músculo fraco! Inclusive, o encurtamento é uma das formas mais eficientes de gerar atrofia e a realização recorrente de movimentos encurtados pode causar o mesmo efeito. Na prática, sempre que recebo uma pessoa com dificuldade em desenvolver um músculo, umas das primeiras coisas que observo é se esse músculo é encurtado e se a pessoa costuma treiná-lo com amplitudes adequadas, isso é muito comum em mulheres que não desenvolvem o posterior e homens com dificuldade de desenvolver o peitoral, por exemplo! Portanto, olho na amplitude!
PS: Não estou dizendo que trabalhos com contrações parciais, como nos métodos que cito no meu livro, são inválidos, pois nesses casos as ações são usadas pontualmente com objetivos específicos de aumentar o estresse metabólico, o problema é treinar encurtado recorrentemente.
(Paulo Gentil)
Nosaka K & Newton M. Concentric or eccentric training effect on eccentric exercise-induced muscle damage. Med Sci Sports Exerc 34, 63-69, 2002.
Gentil P. Bases científicas do treinamento de hipertrofia. 5ª edição. Create Space, 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário