sexta-feira, 19 de março de 2021

EXERCÍCIO E DOR DE CABEÇA

 A enxaqueca é uma condição potencialmente debilitante que envolve fortes dores de cabeça e afeta mais mulheres que homens. O tratamento da enxaqueca ainda é pouco eficiente em grande parte dos casos, então sempre é válido buscar auxílios não farmacológicos, como é o caso do exercício. Mas aí sempre vem a questão de “como” fazer o exercício, já que há relatos de exercícios que ajudam ou pioram o quadro. Para ajudar a elucidar o tema, Eslami et al. (2021) dividiram 45 mulheres com enxaqueca em 3 grupos: controle, baixa intensidade (13-15 da percepção subjetiva de esforço, 60-80% da FCmax) e alta intensidade (15-17 da percepção subjetiva de esforço, 65-95% da FCmax). Tanto a intensidade quanto a duração dos treinos aumentaram progressivamente ao longo das 8 semanas de intervenção.

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De acordo com os resultados os dois grupos que fizeram exercícios tiveram redução na intensidade e duração da dor, sendo que as reduções foram maiores para o grupo que treinou em intensidade moderada. A frequência das crises também reduziu nos dois grupos, mas não houve diferença entre eles. Aqui vale destacar que tanto a intensidade quanto a duração das dores reduziram para menos da metade no grupo que fez exercício moderado, indo de 7,38 vs 3,73 para intensidade e de 8,68 para 3,6h/mês na duração. Já a frequência das crises caiu para menos de um terço do que era inicialmente (7,54 para 2,27/mês).
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Portanto, fica aqui a dica para quem sofre de enxaqueca ou mesmo para quem tem crises eventuais. Quando isso ocorrer, nada de ficar parado! Reduza a intensidade da atividade física, mas se mantenha ativo! Vai caminhar, pedalar, fazer uma musculação mais tranquila ou qualquer atividade que seja viável e prazerosa! Como sempre, exercício é remédio!
(Paulo Gentil – www.paulogentil.com
)
Eslami, R., Parnow, A., Pairo, Z. et al. The effects of two different intensities of aerobic training protocols on pain and serum neuro-biomarkers in women migraineurs: a randomized controlled trail. Eur J Appl Physiol 121, 609–620 (2021). https://doi.org/10.1007/s00421-020-04551-x
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