sábado, 24 de janeiro de 2015

AGACHAMENTO

Segundo alguns, o agachamento profundo é perigoso porque ao flexionar o joelho mais que 90° a tensão na patela aumenta perigosamente. A maioria, porém, pensa so...mente no quadríceps e esquece que a musculatura posterior é fortemente ativada no movimento completo, o que estabiliza os joelhos e reduz a tensão na patela em cerca de 50%, o que torna o agachamento completo mais "equilibrado" que o parcial. De fato, estudos mostram que os piores ângulos são os normalmente recomendados. Por exemplo, Li et al. (1999), verificaram que as maiores forças de translação anterior, lateral e rotação interna da tíbia ocorrem nos ângulos de 30 a 60 graus. Nos estudos de Escamilla et al. (2001), Zheng et al. (1998) e Wilk et al. (1996) as maiores forças compressivas tibiofemorais e patelofemorais ocorriam em 80-90º e diminuíam quando a amplitude aumentava. Devo ressaltar que os estudos usaram as mesmas cargas para todos os ângulos, mas quando se realiza o agachamento parcial a carga é maior do que no agachamento completo. Como as forças compressivas são proporcionais à carga utilizada, veremos que, na prática, os movimentos parciais são ainda piores do que os estudos sugerem.
Apesar do medo, diversos estudos fizeram análises transversais e acompanharam pessoas que realizaram agachamentos profundos e não encontraram indícios de lesões, mesmo quando o exercício era feito por longo tempo e com cargas elevadas! Sabe de onde vem o medo do agachamento profundo? De análises da década de 1960, feitas em paraquedistas. Além do treinamento militar da época, devemos lembrar que os paraquedas da década de 1960 não eram lá essas coisas! E aí, será que isso seria aplicável ao praticante de musculação da atualidade?
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Enfim, esta aí mais uma dessas coisas que "todo mundo sabe"e que, no final das contas, não passa de mito! Então, exceto em casos de limitações funcionais clinicamente diagnosticadas, a orientação é DEEEESCE!
(Paulo Gentil)
Referências no texto "Agachamento e joelhos" no site do GEASE (http://www.gease.pro.br/artigo_visualizar.php?id=69)
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