sexta-feira, 25 de agosto de 2023

LESÃO MUSCULAR TEM MAIS A VER COM VOLUME EXCESSIVO DO QUE COM EXERCÍCIO MAL FEITO

 Eu já destruí milhares de vezes o argumento de que “Esporte não é Saúde”.

Por exemplo, avaliações de atletas olímpicos e pessoas “normais” mostram que a incidência de lesões é similar entre os grupos. Além disso, estudos com atletas de alto nível mostrou que cada semana de treino perdida em uma temporada reduz em 26% a chance de sucesso de um atleta. Ou seja, se lesionar não é comum e ainda é associado com ter MENOS sucesso como atleta.
E aí, tenho que aguentar ver profissionais de saúde expondo seus alunos a treinos e exercícios perigosos como se isso fosse “avançado”!?
É justamente o contrário: bom profissional deve trabalhar o mais distante possível do risco. Para ajudar vocês, destaco os dois principais pontos que precisam ser observados:
1) característica do exercício
2) relação de dose-resposta.
Sobre o primeiro, devemos selecionar movimentos que tragam o máximo de benefícios com o mínimo de risco para o desfecho estudado.
Por exemplo, podemos ganhar potência fazendo o simples (salto, leg press, agachamento...) com carga baixa e alta velocidade. Será que valeria a pena colocar o aluno para fazer levantamentos olímpicos ou subir em caixotes altos em condição de fadiga? Leg press ou agachamento são ótimos para hipertrofia de glúteo, será que vale a pena enviar uma barra com meia tonelada no quadril e ainda ter menos resultado?
Sobre o segundo, a relação de dose-resposta é uma parábola, não é “quanto mais, melhor”. Mas os treinadores ruins só veem quantidade. Ao invés de ensinar sobre amplitude, velocidade, intervalo, métodos... os caras metem mais exercícios e mais peso, aumentado o risco de lesão e overtraining. Percebeu que os locais mais lesionados são ombro e cotovelo em homens, e joelhos em mulheres? Evidências mostram que isso tem a ver com excesso de volume e recuperação inadequada. Pense aí nos homens fazendo um monte de exercício isolados e nas mulheres separando os treinos em anterior, posterior e glúteo!
Enfim, não é necessário correr risco para ter resultados. O risco tem mais a ver com incompetência do treinador do que com qualquer outra coisa!
Todas as reações:
Edgardo Pelaez, Virginia Farias e 1 outra pessoa

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