sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ATIVAÇÃO MUSCULAR NO AGACHAMENTO

 Já começo dizendo que ativação não é sinônimo de hipertrofia. Lembrem da aula do @nerdflix_br em que falo sobre hipertrofia, lá explico direitinho. Lá também explico que eletromiografia é muito útil se bem utilizada. Por exemplo, ela pode nos informar como os músculos estão sendo ativados e como isso muda em diferentes situações. Inclusive, é isso que ocorreu em um estudo recente de Martinez et al. (2023) no qual mulheres treinadas fizeram agachamento paralelo com cargas de 40 a 90% de 1 repetição máxima (1RM) e comparou a ativação dos músculos em relação ao exercício feito com 1RM.

No geral, a ativação dos músculos do quadríceps e do glúteo aumentava cerca de 50% entre 40 e 90% 1RM (vasto lateral: 40 vs 60%, medial: 41 vs 60%, reto femoral, 34 vs 47%, glúteo: 41 vs 62%). No entanto, os posteriores de coxa praticamente dobravam sua ativação (bíceps femoral: 32 vs 60%; semitendinoso: 31 vs 60%).
Desse modo, vemos que a relação de ativação entre quadríceps e posterior teve uma nítida tendência de aumento, indo de 0,8 a cerca de 1,1, segundo mostra uma figura do estudo!
Aqui temos algumas coisas interessantes. A primeira é a segurança, pois a ativação dos posteriores é importante para estabilizar o joelho. Com base nisso, os autores sugerem que aumentar a carga ajuda a proteger essa articulação (imagina aquele camarada desatualizando lendo que agachamento PESADO é melhor para o joelho, rs)! Outro ponto é sobre trabalho muscular. Apesar de não podermos dizer que o agachamento promove trabalhos similares de quadríceps e posterior, as evidências sugerem que esforços altos aumentem o envolvimento dos posteriores de coxa (o que pode ser para estabilizar o movimento e ajudar na extensão de quadril) reforçando o problema de treinar “quadríceps” em um dia e “posterior” no outro, pois o músculo teria recuperação incompleta.
Então, finalizamos reforçando 2 pontos:
1) esse estudo reforça que: agachamento pesado não é coisa do demônio para seu joelho;
2) é complicado dividir treinos de membros inferiores.
DOI: 10.1080/17461391.2022.2081093

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