sexta-feira, 6 de outubro de 2023

DIFERENÇAS ENTRE FISICULTURISTAS NATURAIS E DOPADOS

 Primeira coisa é não usar eufemismos, como falar “hormonizados”. Todos nós produzimos dezenas de hormônios naturalmente; portanto, todos somos “hormonizados”. “Ergogênicos” pode induzir a erro, pois significa algo que aumenta a produção de trabalho e há substâncias legais e permitidas que o fazem, como creatina, cafeína, beta-alanina e bicarbonato de sódio. Então, entre os vários termos possíveis, estaria dopado (uso ilegal de substâncias que aumentam o desempenho ou trazem vantagem competitiva), e os comuns bombados, bolados ou, o mais recente, tomadores de suco. Há também quem prefira falar drogado, já que os esteroides se assemelham a outras drogas em seus danos e dependência.

Tendo em vista que os esteroides anabolizantes aumentam desempenho, aceleram a recuperação e têm efeito psicoativos, pode ser que seus usuários acabem adotando estratégias particulares. De fato, Li et al. (2023) compararam fisiculturistas naturais e bombados e verificaram que usuários ganham mais peso no off-season e perdem mais peso antes da competição. Além disso, os dopados fazem mais exercícios, mais repetições e descansam menos, bem como mais sessões de exercício aeróbio e em maior intensidade. Veja como tudo bate com o que vocês viram nas aulas do @‌nerdflix_br...
Maiores volumes de treino, incluindo aeróbios, são possíveis porque derivados de testosterona aumentam a síntese proteica e bloqueiam os receptores de cortisol, evitando overtraining. A maior quantidade de repetições com descansos curtos é para evitar cargas altas, já que o suco predispõe a lesões músculo tendineas. Grandes oscilações no peso são porque os venenos promovem aumentos dose-dependente na massa muscular e atuam na perda de gordura, o que é potencializado por outras drogas. A mágica das drogas acaba deixando o pessoal mais relaxado, tanto que alguns caras parecem obesos no off.
E aí, entende por que os treinos malucos dão certo para os caras? Entende por que não é uma boa ideia copiar tudo que vê por aí?
DOI: 10.1519/JSC.0000000000004356

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