sexta-feira, 16 de março de 2012

MEU CORAÇÃO DE BRINQUEDO?

MEU CORAÇÃO DE BRINQUEDO?

coração de brinquedo
De uma maneira geral, todos nós temos uma grande dificuldade para planejar alguma coisa, considerando que “planejar”significa estabelecer uma meta que deve ser atingida, mediante a adoção de certos procedimentos. Isso exige uma moeda rara: disciplina – associada a outra moeda também rara: tenacidade.
Quando o planejamento que estabelecemos nos faz sair de nossa “zona de conforto”, a coisa toda se torna ainda mais complexa, e exige doses cada vez maiores de disciplina e tenacidade. Por outro lado, se nos dedicarmos a buscar o que planejamos, empregando as duas moedas que mencionei, raras serão as ocasiões em que não tornaremos o planejado em uma coisa concreta.
Acredito que o estudo desse fenômeno está na base da compreensão do porque somos dominados por vícios e maus hábitos de todo tipo, e também porque não cuidamos de nossos corpos da forma que deveríamos. As estatísticas de qualquer sociedade demonstram facilmente que existem muito mais seres humanos fora de sua “zona ideal”fisiológica – um estado corporal em que temos o melhor desempenho possível de nosso equipamento corporal – do que se beneficiando de um estado de coisas que nos fará vivermos mais e melhor – a famosa “qualidade de vida”, tão comentada.
Geralmente, nos primeiros anos de nossas vidas é mais fácil que nos encontremos na “zona ideal” fisiológica. Quantidades enormes de energia corporal disponível, ausência de estresse (ou pelo menos não com as características da fase adulta), quantidade menor de medos, socialização mais fácil, e tantas outras coisas de uma fase de nossas vidas da qual nos lembramos com carinho e saudade.
Infelizmente, ao envelhecermos, passamos a cultivar hábitos nem sempre recomendáveis, ao mesmo tempo em que entramos facilmente em uma zona de conforto mental caracterizada pela preguiça e por uma força de vontade menor. Não mais a determinação da infância, os desafios a serem vencidos, mas sim a acomodação e a transferência de responsabilidade. Haverá sempre algo ou alguma coisa culpados pelo que nos acontece – nunca o verdadeiro culpado: nós mesmos.
Á medida que a tecnologia evolui, especialmente a eletrônica e ciências associadas, cada vez mais repousamos nossas mentes em uma confiança ilusória de que “alguma coisa ou invento”vai substituir nossa responsabilidade. Diante de um aparelho de TV alienamos nosso pensamento, passamos a viver uma realidade que não é a nossa, e nos esquecemos de cuidar da máquina mais preciosa e complexa que existe sobre a terra: o corpo humano.
O resultado desse esquecimento é o surgimento de problemas de vários tipos que abreviam nossas vidas, e reduzem a qualidade de nosso viver. Não mais a flexibilidade para correr atrás da caça, ou a força muscular para escalar uma árvore, não mais o sono reparador e profundo, com sonhos de boa qualidade, mas o repouso insuficiente que, ao acordarmos , nos dá a sensação de uma noite mal dormida. Doenças de todo tipo, algumas de que jamais tínhamos sequer ouvido, atacam nosso corpo enfraquecido pelo fumo, pela falta de repouso, pelo estresse excessivo, pela falta de atividade física e pelo desequilíbrio dos fluidos corporais, alguns bem conhecidos.
Felizmente, a mesma tecnologia que nos aliena também é capaz de nos ajudar, se tivermos a paciência e a persistência de buscarmos o que é útil para nós.
Dentre as muitas linguagens com que o nosso corpo tenta se comunicar conosco, algumas são muito desagradáveis – como a dor, por exemplo – e outras são extremamente úteis – como a frequência cardíaca.
Recentemente, percorrendo algumas revistas dedicadas a atividade física, vi muitas coisas relativas a tecnologia: instrumentos que medem a distância, outros que nos localizam, ferramentas de muitos tipos para nos ajudar a ficar mais atraentes, etc. Infelizmente, parece que a frequência cardíaca está caindo em desuso, ou está sendo esquecida por aqueles que deviam lembrar dela.
Nunca é demais lembrar que o nosso coração é um excepcional indicador de nossa condição física, e de possíveis estados de morbidade. Bem observado, é capaz de indicar caminhos para melhor desempenharmos nossas atividades, evitando problemas tardios, alguns dos quais de solução bem difícil e dolorosa.
Finalizando, quero lembrar a todos que a manutenção de uma boa qualidade de vida requer disciplina e persistência, e que isso não vai custar tanto assim. Ouçam o que o Coração lhes diz, mesmo quando lhe disserem que isso não é importante, ou que não é necessário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário