Vez por outra manifesto minha indignação com a frase “esporte não é saúde”. Os estudos são claros em mostrar que, mesmo atletas de alto nível, têm menor risco de morte, de problemas cardiovasculares, de câncer, de diabetes e de diversas outras doenças, quando comparados com outras populações. Inclusive, as evidências mostram que lesões e risco de adoecimento são devido a erros no planejamento e à execução de treinos, e não uma condição inerente ao esporte. Tanto que os atletas que adoecem e se lesionam menos são os que têm mais sucesso. Ou seja, esporte é saúde. O que atrapalha é a ignorância de algumas pessoas.
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Nesse momento, vai ter gente querendo argumentar que conhecem atletas aposentados com problemas de joelho e coluna, por exemplo. Mas nem isso é verdade! Análises com ex-atletas olímpicos lideradas por Debbie Palmer comparam milhares de atletas olímpicos com pessoas da população geral, com média de idade de 44,7 e 40,5 anos, respectivamente. As avaliações envolveram análises de membros inferiores, superiores e da coluna, com destaque para a prevalência de osteoartrite. Os resultados mostram que, no geral, a prevalência de osteoartrite é similar entre ex-atletas olímpicos e a população geral. No entanto, caso os atletas tivessem lesão prévia, o risco aumenta mais do que em não atletas. Ou seja, ser atleta de alto nível não necessariamente aumenta o risco de osteoartrite, mas se houver lesões prévias, o risco se eleva desproporcionalmente.
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